EDIT VALUE® Consultoria Empresarial : http://consultoria.editvalue.com/feed/artigos-economia motivacao-do-capital-humano-em-tempo-de-crise Motivação do capital humano em tempo de crise <p>No contexto economicamente adverso que muitas empresas atravessam atualmente, enfrentando problemas como a falta de liquidez e escassez de recursos, ora provocados pela redução generalizada do poder de compra e pelo aumento generalizado dos custos de produção ora pelo acesso cada vez mais difícil ao crédito, ou ainda por outros inúmeros fatores que têm sido amplamente discutidos em praça pública, os líderes das empresas sentem que o desafio de manter as suas equipas de trabalho motivadas e determinadas a superar os obstáculos de um mercado cada vez mais competitivo e impaciente se torna mais difícil e delicado. Por outro lado, os trabalhadores estão cada vez mais sujeitos à pressão do mercado, da competitividade e da concorrência e os momentos de desânimo surgem com grande frequência. Perante isto, a chefias têm de agir se querem vencer um outro desafio, o da produtividade.</p> <p>Numa primeira análise, os fatores mais imediatos e visíveis que poderiam reforçar o ânimo de um colaborador seriam desde logo aumentos salariais, prémios de produtividade ou promoção na carreira, subida das taxas de comissão, melhorias nas condições de trabalho (como um telemóvel, um computador novo ou mesmo o usufruto de um automóvel da empresa) ou benefícios sociais (como seguros de vida ou de saúde). No entanto, este tipo de instrumentos implicam maior disponibilidade financeira e, como referido inicialmente, esta capacidade encontra-se deveras limitada para muitas empresas dadas as circunstâncias económicas e sociais que atravessam.</p> <p>Por outro lado, este tipo de recompensas, que poderemos classificar como recompensas extrínsecas, poderão apresentar algumas debilidades e subverter as melhores intenções da administração. Se este tipo de compensações não forem geridas equitativamente ou não forem competitivas relativamente à prática do mercado, podem provocar um efeito contrário como insatisfação, frustração ou mesmo um sentimento de injustiça. Se falarmos de compensações meramente financeiras, é possível captar a atenção do colaborador e cria de facto maiores índices de motivação mas não são duradouros. No curto prazo, o colaborador habitua-se a um determinado valor salarial e o aumento perde o fator surpresa/novidade.</p> <p>Analisemos outras formas de compensar e motivar os colaboradores… Todo o trabalhador tem uma necessidade de realização e, através da realização, conseguir crescer psicologicamente. Esta consegue-se por exemplo, pelo reconhecimento do seu trabalho, pelo nível de responsabilidade alcançada na organização e o respetivo crescimento profissional, ou pela evolução na carreira. Esta tipologia já se enquadra com as chamadas recompensas intrínsecas que estão internamente ligadas ao trabalho em si e que permitem motivar os colaboradores e criam uma maior identificação entre o trabalhador e a empresa. Além disso, também atribuem maior sentido e importância ao trabalho. Assim, os sistemas de recompensas intrínsecas permitem gerar motivação pessoal, produtividade acrescida e uma contínua convergência de interesses entre trabalhador e empregador sem que tal implique obrigatoriamente um esforço financeiro específico. Em alguns casos, este tipo de iniciativas podem passar pelo reforço de competências, atribuição de um prémio de mérito ou promoção são acompanhadas de uma compensação pecuniária mas, como referido, não é obrigatório nem linear.</p> <p>Vejamos alguns exemplos concretos de recompensas intrínsecas que podem alcançar o tão desejado objetivo da motivação. Podemos apontar desde logo os mecanismos de reconhecimento que permitem distinguir e premiar a performance de um colaborador ou mesmo um conjunto de comportamentos positivos que a empresa considere ser importante destacar e que contribuem para alcançar os objetivos da organização. Para que estas iniciativas sejam eficazes é necessário que o colaborador tenha visibilidade dentro da empresa, alcance prestígio entre os seus colegas e esse reconhecimento tenha impacto na sua autoestima.</p> <p>Por outro lado, é também determinante que este tipo de distinções não seja banalizado (caso contrário perde o prestígio que pretende obter), seja amplamente divulgado na empresa e seja usado com critérios uniformes e coerentes. Um exemplo prático poderia ser a distinção do melhor agente comercial ou do colaborador com maior número de contributos/ideias para resolução de um determinado problema. Outro aspeto que pode contribuir para a maior motivação dos colaboradores passa por quebrar a rigidez funcional do posto de trabalho. Isto implica uma maior participação do trabalhador no processo de decisão e o convite ao mesmo para propor ideias e soluções para os problemas e desafios da organização. Para tal, é também preponderante a criação de um ambiente de trabalho propício à troca de ideias e à solidariedade entre colaboradores. Diretamente ligado à problemática da rigidez funcional estão dois aspetos centrais que condicionam a motivação do trabalhador: a autonomia e a responsabilidade. É inequívoco que um colaborador que tenha maior autonomia no desempenho das suas tarefas e esta seja acompanhada com um crescente aumento das suas responsabilidades, este sentirá também que o seu papel tem maior impacto nos resultados da organização. Este aspeto reforça ainda a sua autoestima mesmo que não seja acompanhada por uma compensação financeira. Além disso, mais autonomia e responsabilidade combatem outro problema crítico da motivação, o trabalho rotineiro, e permitem ainda maior envolvimento dos colaboradores em todo o processo produtivo.</p> <p>Qualquer colaborador que se identifique com a sua organização e com as funções que desempenha tem uma apetência natural para aprender coisas novas e aperfeiçoar os seus conhecimentos. É possível verificar em algumas pesquisas já realizadas que os estagiários e outros trabalhadores que assumem novas funções, valorizam mais a oportunidade da aprendizagem e desenvolvimento profissional do que o próprio salário. Neste sentido, a oportunidade de desenvolvimento profissional, mais um exemplo de uma recompensa intrínseca, pode e deve ser um fator de motivação e que permite contribuir para o aumento de produtividade do trabalhador.</p> <p>Uma outra sugestão e alternativa à recompensa pecuniária passa pelo envolvimento dos colaboradores na definição dos objetivos estratégicos da empresa. A função de “pensar” a empresa não tem de ser exclusivamente das chefias ou da gerência e esta pode perfeitamente ser partilhada com a restante equipa. Por um lado, os colaboradores sentir-se-ão mais integrados na organização e no projeto empresarial, por outro a empresa consegue mais contributos e com perspetivas diferenciadas contando, por exemplo com a visão mais operacional dos colaboradores com funções mais técnicas. O próprio envolvimento dos colaboradores nestes processos contribui para que estes assimilem melhor a estratégia e os valores da organização.&nbsp;</p> 2014-02-03 André Costa a-estrategia-do-quadrilatero-na-europa-2020 A estratégia do Quadrilátero na “Europa 2020” <p>“Quadrilátero” é a designação abreviada concedida a um projeto de cooperação em rede que se institucionalizou em 2010, através da criação da Associação de Municípios de Fins Específicos Quadrilátero Urbano. Esta entidade surge com o principal objetivo de promover a competitividade, a inovação e a internacionalização de um território composto por quatro concelhos limítrofes, a cargo dos municípios de Barcelos, Braga, Guimarães e Vila Nova de Famalicão. A criação desta rede urbana no Baixo Minho tem contado com financiamento comunitário e com o envolvimento da Universidade do Minho, da Associação Industrial do Minho e do Centro Tecnológico das Indústrias Têxtil e do Vestuário de Portugal.</p> <p>No curto prazo, o futuro desta rede apresenta-se ainda incerto, tornando-se, contudo, evidente que o projeto desta rede urbana no Baixo Minho evidencia já um grau de maturidade que pode vir a fazer dele um caso de sucesso. O objetivo não passa pela criação da terceira concentração urbana do país, até porque o território em causa já se assume como tal, mas sim pela consolidação dessa posição conferindo-lhe escala internacional e catapultando o território para níveis mais elevados de competitividade e de atratividade.</p> <p>O “Quadrilátero” deverá assentar a sua competitividade no princípio do planeamento estratégico e participativo. Para isso, deverá continuar a desenvolver, agora e no futuro, uma visão estratégica integrada para a região, consolidada por via de um plano estratégico de cooperação coerente e de médio/longo prazo, sucessivamente atualizado e baseado nas capacidades endógenas e potencialidades futuras. Com base neste pressuposto, esta rede não pode descurar a estratégia “Europa 2020” aprovada a 17 de Junho de 2010 pelo Conselho Europeu. As diretrizes nela apresentadas vão estar no denominador comum das políticas comunitárias e do próprio orçamento da União Europeia para o período 2014-2020.</p> <p>“Europa 2020” identifica três vetores fundamentais dedicados ao crescimento e ao emprego na União Europeia: “Crescimento Inteligente”, para desenvolver uma economia baseada no conhecimento e na inovação; “Crescimento Sustentável”, para promover uma economia hipocarbónica, em termos de recursos e competitiva; e, “Crescimento Inclusivo”, para desenvolver uma economia com elevadas taxas de emprego que assegure a coesão social e territorial, o aumento das qualificações e a luta contra a pobreza. Os progressos para alcançar estes objetivos serão avaliados em função de cinco metas que deverão ser convertidas por cada um dos Estados-Membros em objetivos nacionais:</p> <p>- Aumentar a taxa de emprego da população com idade entre 20 e 64 anos do nível atual de 69% para, pelo menos, 75%;</p> <p>- Atingir o objetivo de investir 3% do PIB - Produto Interno Bruto em I&amp;D - Investigação &amp; Desenvolvimento, em especial melhorando as condições do investimento em I&amp;D pelo setor privado, e desenvolver um novo indicador para acompanhar a inovação;</p> <p>- Reduzir as emissões de gases com efeito de estufa em, pelo menos, 20% relativamente aos níveis de 1990 ou em 30%, se as condições o permitirem, aumentar para 20% a parte das energias renováveis no nosso consumo final de energia e aumentar em 20% a eficiência energética;</p> <p>- Reduzir a percentagem de jovens que abandonam prematuramente a escola para 10%, relativamente aos atuais 15%, e aumentar a percentagem da população com idade entre 30 e 34 anos que completou estudos superiores de 31% para, pelo menos, 40%; e,</p> <p>- Reduzir em 25% o número de europeus que vivem abaixo dos limiares de pobreza nacionais, o que permitirá tirar da situação de pobreza 20 milhões de pessoas.</p> <p>Este desafio coloca-se agora, não apenas aos Estados-Membros da União mas também às Regiões Europeias, no sentido de adaptarem as prioridades e os objetivos anunciados para a “Europa 2020” às suas estratégias e planos de ação, nacionais e regionais. O “Quadrilátero” tem aqui um papel importante a assumir, contribuindo para reposicionar o seu território (cujos contributos para o PIB são tão expressivos e significativos) numa ótica de desenvolvimento e de crescimento sustentado, com base numa economia que se quer do conhecimento, com valor acrescentado e com capacidade exportadora.</p> <p>Ao contrário do que em Portugal se tem verificado até à data, é altura de dar coerência estratégica e territorial à atuação política. Para isso, necessitamos de abandonar as iniciativas avulsas, muitas vezes sectárias e quase sempre desprovidas de uma base estratégica que seja condizente com a emergência do futuro do país. As políticas públicas, independentemente da sua origem ser central, regional ou até local, devem ser convergentes, evitando conflitos paradigmáticos. É necessário um menor centralismo político na definição das políticas públicas.</p> <p>A proximidade e aglomeração geográfica desta rede de cidades poderá proporcionar uma melhor comunicação e uma maior conexão dentro do território, facilitando a economia do conhecimento e da inovação. Um sistema urbano com as características do “Quadrilátero” influencia o desenvolvimento territorial. É fundamental não esquecer que as cidades/regiões, &nbsp;ao competirem à escala global, vêem-se obrigadas a gerir estrategicamente todos os seus recursos sem perder de vista o futuro. É disso que trata a estratégia “Europa 2020”.</p> 2013-02-05 Nuno Pinto Bastos invente-se-um-novo-portugal Invente-se um novo Portugal! <p>O país Portugal, tal como o conhecemos, terá chegado ao fim! Estamos em queda em termos de competitividade, o que significa que a estratégia para a economia, delineada ao longo de inúmeros anos consecutivos, não teve impactos positivos visíveis. O modelo económico em que nos baseámos até agora insuficiências de vária ordem. A competitividade vive-se hoje à escala global e só um tecido empresarial capaz de gerar riqueza pode dar sustentabilidade ao nosso país.</p> <p>A criação de valor é a base da nova economia: a Economia do Conhecimento. Neste contexto, as universidades portuguesas assumem-se como grande agente de mudança, não se podendo dissociar do desenvolvimento económico da região em que se inserem e do país a que pertencem. Embora se perceba que a procura do conhecimento se faça através de uma total liberdade na investigação efetuada, não se pode entender que não haja limites, ao ponto de não existir um conceito de verdadeira abertura ao meio, uma lógica de rede e um modelo de relacionamento e de trocas.</p> <p>Já não é estratégico mas sim obrigatório e urgente que nos reposicionemos na cadeia de valor, sendo claro que a estratégia de competição baseada nos preços há muito deixou de ser uma opção válida. O <em>Blue Ocean</em> está no produto e na sua diferenciação. As empresas que não apostem na qualificação e formação contínua do seu capital humano e não invistam na inovação e na Investigação &amp; Desenvolvimento, terão dificuldades em sobreviver na nova economia global, onde a competitividade e os elevados níveis de concorrência são os fatores que determinam o sucesso de uma empresa no mercado. Só através da aposta em factores dinâmicos de competitividade será possível internacionalizar bens e serviços, assumindo importância e valor no contexto mundial.</p> <p>Um novo Portugal, mais capaz e competitivo só será possível se considerarmos a importância da gestão estratégica entre as diversas áreas da gestão. No entanto, devemos não esquecer uma velha máxima: só conseguimos gerir aquilo que podemos medir. Daí a necessidade de estabelecermos um <em>tableau du bord</em>, onde se definam de forma clara e transparente os indicadores fundamentais e toda a informação crítica necessária para a monitorização da estratégia que pretendemos levar a efeito.</p> <p>Importa também reformular as políticas públicas existentes, dando-lhe coerência e uma verdadeira orientação (não sendo mais possível que se contradigam). A construção de uma economia baseada no conhecimento e no valor acrescentado demora tempo, não vive de efeitos imediatos, depende do curto, do médio e do longo prazo. A sustentabilidade é isto mesmo! Não podemos desejar um crescimento sustentável quando a sua construção não é determinada nem se faz passo-a-passo. Sem competitividade não existe regeneração da economia nem progresso social.</p> <p>Para além de tudo isto, a competitividade não deve ser pensada unicamente para o país/território como um todo mas também para as suas regiões enquanto unidades territoriais com particularidades próprias. É necessária uma visão estratégica do território. O centralismo exacerbado de Lisboa não faz sentido, facto que veio a ser comprovado recentemente pelas disparidades verificadas na reacção ao impacto provocado pela instabilidade económica internacional que afectou as regiões em diferentes formas e intensidades!</p> <p>Em suma, necessitamos de uma maior capacidade para cooperar e daí a importância das universidades se envolverem no desenvolvimento das regiões, assegurando-se a confluência de interesses com o tecido empresarial. Desta forma, beneficiaríamos de dinâmicas empresariais inovadoras e de uma cultura científica de maior valor. Há uns anos o psiquiatra Daniel Sampaio escrevia o livro “Inventem-se novos pais”. Hoje, esta nova geração sente-se no direito de alargar o conceito e dizer “Invente-se um novo Portugal”!</p> 2012-12-31 Nuno Pinto Bastos o-capital-humano-como-factor-critico-de-sucesso O Capital Humano como factor crítico de sucesso <p> As últimas décadas têm sido marcadas por constantes mudanças no tecido empresarial e na gestão das organizações. Um dos aspectos que podemos realçar é o aumento da importância da gestão das pessoas, o qual passa a ocupar um lugar central na estratégia das empresas e organizações. Aliás, em diversas organizações de referência, é possível identificar políticas de actuação na gestão de recursos humanos que assumem o estatuto de factores críticos de sucesso e contribuem, em larga escala, para o seu sucesso e diferenciação no mercado.</p> <p> Neste contexto, temos assistido a um novo paradigma de competitividade, no qual, a importância das pessoas no seio das empresas e organizações têm um papel central na sua estratégia e onde as práticas de recursos humanos se alinham cada vez mais com a estrutura e a dinâmica da organização onde se inserem. São, por isso, parte integrante de qualquer organização e não podem ser negligenciadas, principalmente num contexto de mudança e adaptação constante, onde se torna obrigatória para qualquer entidade que pretende vencer no mercado e não apenas sobreviver.</p> <p> Este desafio da competitividade em contexto de mercado implica um esforço acrescido de adaptação ao mercado derivado de diversos factores como a inovação tecnológica, as mudanças nos contextos socioeconómicos e nos comportamentos das pessoas, obrigando as empresas a uma atenção redobrada, num mercado onde o vencedor deixou de ser o mais forte ou o mais poderoso mas sim o mais rápido e aquele que mais facilmente se adapta à mudança. Neste contexto, as pessoas constituem um pilar essencial no seio da organização tendo em conta que a capacidade de adaptação depende decisivamente do desempenho dos seus colaboradores.</p> <p> Segundo Ulrich, muitos dos factores de competitividade, presentes no “marketing mix”, ou ainda a tecnologia e a inovação, poderão ser copiados pela concorrência, principalmente numa era em que o “benchmarking” tem sido uma prática recorrente e cada vez mais eficaz. No entanto, a empresa conta com o seu capital humano, esse porém, não imitável. E pode ser um factor de diferenciação decisivo no sucesso da empresa se devidamente integrado na estratégia da mesma.</p> <p> Consequentemente, também o talento humano passou a ser uma das características mais valorizadas na actual sociedade do conhecimento, sendo um dos recursos mais importantes no mundo empresarial, que se encontra globalizado. Cada empregado, segundo o autor supracitado, tem a responsabilidade de reinventar a carreira e ao mesmo ser uma mais-valia para sua organização. O próprio CEO do Lloyd’s Bank, o português António Horta Osório referiu em entrevista à revista “Exame” que a complacência não é atitude de quem procura a excelência e a realização profissional.</p> <p> A percepção das empresas face ao valor acrescentado proveniente do seu capital humano é cada vez maior, valorizando assim a gestão das pessoas, e abrindo portas a políticas concretas de formação e desenvolvimento de pessoal. Estas práticas de gestão de recursos humanos permitem o desenvolvimento de novas competências, melhorias no desempenho profissional e, consequentemente, mais realização profissional e maior motivação, acrescentando valor à empresa e mantendo o compromisso com a mesma.</p> <p> Nota-se que existe um grande esforço no sentido de melhorar o desempenho das organizações recorrendo à melhoria e aperfeiçoamento das práticas de gestão de recursos humanos com aquisição de novas tecnologias, diminuição das posições hierárquicas, adequação da formação às necessidades, introdução de novas formas de selecção e recrutamento, evolução e aperfeiçoamento dos sistemas de avaliação de desempenho, adopção de sistemas de recompensas mais complexos (extrínsecas e intrínsecas), gestão de carreiras, etc.</p> <p> Apesar destes avanços, que implicam melhores resultados financeiros, o valor está nas pessoas que fazem com que no seu quotidiano de trabalho produzam estes resultados - esta é a real vantagem. Como tal, neste novo paradigma, a gestão de pessoas deverá ser diferente, devendo permitir-lhes um papel mais participativo, maior autonomia nas suas funções e mais cooperação nas decisões dos gestores. Face a este posicionamento do capital humano nas organizações, é fundamental garantir o bem-estar dos seus colaboradores, mantendo os níveis de satisfação e motivação, com clima organizacional favorável, reconhecer o potencial humano, com envolvência de todos os colaboradores, atender à necessidade de profissionalizar o mais possível os seus colaboradores para atingirem os objectivos comuns.</p> 2011-05-31 André Costa a-importancia-da-internet-para-os-negocios A importância da Internet para os negócios <p> Nos dias de hoje, o advento da internet j&aacute; n&atilde;o constitui novidade para a maioria das empresas e grande parte das organiza&ccedil;&otilde;es j&aacute; se rendeu &agrave;s vantagens de manter uma presen&ccedil;a online. Contudo, e apesar dos exemplos de boas pr&aacute;ticas conhecidos, ainda se verifica que uma parte consider&aacute;vel das Pequenas e M&eacute;dias Empresas (PME) n&atilde;o tira real partido do respectivo Website, utilizando o seu endere&ccedil;o na Internet para reproduzir o cat&aacute;logo de produtos e servi&ccedil;os, disponibilizar as informa&ccedil;&otilde;es de contacto e pouco mais.</p> <p> No entanto, e na perspectiva dos neg&oacute;cios, a Internet constitui um importante meio de comunica&ccedil;&atilde;o de marketing e, por este motivo, revela-se importante clarificar algumas das vantagens competitivas associadas a uma forte aposta nos Websites institucionais.</p> <p> Principalmente para as empresas que operam no mercado business-to-consumer, onde as decis&otilde;es s&atilde;o tomadas na hora e h&aacute; menos espa&ccedil;o para a pondera&ccedil;&atilde;o (como acontece no mercado empresarial), as ferramentas de com&eacute;rcio electr&oacute;nico n&atilde;o podem ser menosprezadas. Tirar partido do com&eacute;rcio electr&oacute;nico implica n&atilde;o s&oacute; vender produtos online, mas tamb&eacute;m aproveitar todo o processo que antecede a transac&ccedil;&atilde;o para construir rela&ccedil;&otilde;es positivas e duradouras com os clientes. Isto significa disponibilizar informa&ccedil;&atilde;o detalhada sobre os produtos e permitir a compara&ccedil;&atilde;o entre as v&aacute;rias gamas dispon&iacute;veis, nomeadamente ao n&iacute;vel do pre&ccedil;o, caracter&iacute;sticas e utiliza&ccedil;&otilde;es poss&iacute;veis. Por outro lado, a empresa deve ter um colaborador ou uma equipa respons&aacute;vel pela loja online, consoante o tamanho da empresa, possibilitando o esclarecimento de d&uacute;vidas na hora, atrav&eacute;s de sistemas de comunica&ccedil;&atilde;o instant&acirc;nea como o skype ou messenger, mas tamb&eacute;m atrav&eacute;s das ferramentas tradicionais, nomeadamente n&uacute;mero de telefone e endere&ccedil;o de email dedicado. Este colaborador ou equipa deve possuir as compet&ecirc;ncias e conhecimentos necess&aacute;rios para dar repostas assertivas e imediatas &agrave;s d&uacute;vidas dos consumidores. Na Internet, demorar mais do que umas horas a responder &agrave;s quest&otilde;es dos (poss&iacute;veis) clientes pode custar n&atilde;o s&oacute; a venda imediata como vendas futuras.</p> <p> Outra vantagem intr&iacute;nseca e &uacute;nica da Internet relaciona-se com o conhecimento profundo do perfil do consumidor que este meio permite, n&atilde;o s&oacute; no que diz respeito ao comportamento de compra, mas tamb&eacute;m ao n&iacute;vel dos respectivos gostos e prefer&ecirc;ncias. Com as ferramentas adequadas, consegue-se obter os dados mais b&aacute;sicos como idade, sexo ou local de resid&ecirc;ncia, mas tamb&eacute;m informa&ccedil;&otilde;es mais profundas como, por exemplo, os passos dados para chegar ao Website (foi atrav&eacute;s de motores de busca? Se sim, utilizando que par&acirc;metros de pesquisa? Nome da empresa ou categoria de produto?) ou a sequ&ecirc;ncia das p&aacute;ginas visitadas dentro do pr&oacute;prio Website. Estes dados permitem que as organiza&ccedil;&otilde;es compreendam quais s&atilde;o os seus segmentos de consumidores e, desta forma, personalizar a oferta e os conte&uacute;dos informativos e promocionais.</p> <p> O grau de personaliza&ccedil;&atilde;o permitido &eacute;, sem d&uacute;vida, um dos pontos fortes deste meio, possibilitando que, no limite, a oferta comercial seja dirigida a um &uacute;nico cliente. S&atilde;o v&aacute;rios os exemplos de sucesso a este respeito, sendo o caso da Nike um dos mais emblem&aacute;ticos e globalmente conhecidos. Atrav&eacute;s do endere&ccedil;o <em>http://nikeid.nike.com</em>, o consumidor pode escolher a forma e o tamanho da sapatilha, os materiais e as cores dos v&aacute;rios componentes e at&eacute; mesmo adicionar o nome da equipa e o n&uacute;mero do jogador.</p> <p> De forma a aproveitar as mais-valias que este meio apresenta, as organiza&ccedil;&otilde;es devem apostar na defini&ccedil;&atilde;o de uma estrat&eacute;gia online, complementar aos planos de marketing e comunica&ccedil;&atilde;o.</p> <p> Nesta elabora&ccedil;&atilde;o da estrat&eacute;gia, a cria&ccedil;&atilde;o e gest&atilde;o de conte&uacute;dos &eacute; sem d&uacute;vida uma das etapas mais importantes. De facto, os conte&uacute;dos publicados no Website devem estar estruturados de acordo com as necessidades do p&uacute;blico-alvo e h&aacute; um conjunto de boas pr&aacute;ticas que se devem adoptar. Os menus dispon&iacute;veis e os conte&uacute;dos disponibilizados em cada uma das p&aacute;ginas devem estar concebidos e organizados de acordo com os perfis de comprador previamente identificados, orientando assim os visitantes a encontrarem o que necessitam. Por outro lado, os consumidores t&ecirc;m diferentes formas de aprendizagem e suportes preferidos. Neste sentido, o Website deve disponibilizar v&aacute;rios formatos informativos - v&iacute;deo, imagem, feed RSS, podcast, gr&aacute;ficos, texto -permitindo que cada consumidor obtenha a informa&ccedil;&atilde;o da forma que lhe for mais conveniente.</p> <p> Independentemente da estrat&eacute;gia definida, os conte&uacute;dos disponibilizados e a linguagem adoptada devem estar alinhados com a restante pol&iacute;tica de comunica&ccedil;&atilde;o da empresa, numa verdadeira l&oacute;gica de Comunica&ccedil;&atilde;o Integrada de Marketing. S&oacute; assim &eacute; poss&iacute;vel criar sinergias e potenciar a notoriedade da empresa no mercado, tirando partido das v&aacute;rias ferramentas e meios de comunica&ccedil;&atilde;o existentes.</p> 2011-04-12 Ângela Guedes como-poderei-poupar Como poderei poupar? <p> Actualmente, o endividamento excessivo dos consumidores &eacute; uma preocupa&ccedil;&atilde;o mundial. Com o cen&aacute;rio de crise com o qual nos deparamos, torna-se cada vez mais importante que as fam&iacute;lias tenham um controlo apertado das suas despesas para que possam chegar ao fim do m&ecirc;s com tudo pago.</p> <p> Nunca nos ensinaram como gerir um or&ccedil;amento familiar, mas &eacute; nos per&iacute;odos de crise que nos apercebemos dos erros que cometemos. A gest&atilde;o do or&ccedil;amento familiar atravessa todas as restantes preocupa&ccedil;&otilde;es do nosso dia-a-dia. Assim sendo, o que podemos fazer para melhor gerir o nosso or&ccedil;amental mensal?</p> <p> Primeiramente, devemos encarar o or&ccedil;amento mensal da mesma forma como encaramos a contabilidade de uma empresa, onde &eacute; feito um balan&ccedil;o com os activos e os passivos. Os activos ser&atilde;o todos os nossos rendimentos e os passivos ser&atilde;o todas as nossas d&iacute;vidas.</p> <p> Depois de definidos os activos e passivos, devemos analisar a nossa situa&ccedil;&atilde;o l&iacute;quida, ou seja, aos activos iremos subtrair os passivos, para podermos analisar o resultado obtido. Caso esse resultado seja positivo, isso significa que os activos s&atilde;o suficientes para pagar os nossos passivos e, sendo assim, estamos no bom caminho. Por&eacute;m, no caso de ser negativo, ser&aacute; melhor fazer uma reavalia&ccedil;&atilde;o do or&ccedil;amento, pois podemos estar endividados e sem capacidade para honrarmos os compromissos assumidos.</p> <p> Experimente criar uma folha de c&aacute;lculo no seu computador, onde ir&aacute; anotar todas as despesas di&aacute;rias, para que possa ter a no&ccedil;&atilde;o plena de onde aplica o seu or&ccedil;amento mensal. Certamente tamb&eacute;m j&aacute; lhe aconteceu de levantar 20 euros de manh&atilde; e chegar &agrave; noite e ter apenas umas moedas de sobra! E depois pergunta-se: &ldquo;Onde &eacute; que eu gastei o dinheiro?&rdquo;. &Eacute; por esta raz&atilde;o que se deve apontar tudo o que se gasta, nem que sejam os 22 c&ecirc;ntimos que gasta em p&atilde;o diariamente, pois s&oacute; assim se consegue identificar os gastos mais sup&eacute;rfluos (e estes dever&atilde;o ser reduzidos ou mesmo eliminados).</p> <p> Nesse mesmo documento, dever&aacute; identificar o que &eacute; pago por multibanco e o que &eacute; pago em dinheiro, para que tenha registado todos os movimentos efectuados na conta banc&aacute;ria. Quando no final do m&ecirc;s receber o extracto, deve consultar os seus apontamentos e verificar se todos os movimentos da sua conta banc&aacute;ria coincidem com os seus.</p> <p> As despesas desnecess&aacute;rias em que se aplica mensalmente parte do or&ccedil;amento familiar poder&atilde;o ser a justifica&ccedil;&atilde;o para que n&atilde;o consigamos poupar. Imagine que essas despesas t&ecirc;m um peso mensal de 20 euros, se as eliminar, passar&aacute; a poupar no final do ano 240 euros.</p> <p> Se tem possibilidade de partilhar carro, ou mesmo de usar transportes p&uacute;blicos, porque n&atilde;o o come&ccedil;a a fazer? Se calhar ser&aacute; um bom come&ccedil;o. &Agrave;s vezes, o mudar de atitude tamb&eacute;m poder&aacute; significar mais uns euros no final do m&ecirc;s. O problema &eacute; que todos n&oacute;s vivemos de rotinas e alter&aacute;-las nem sempre &eacute; um processo f&aacute;cil e consciente.</p> <p> Para uma melhor avalia&ccedil;&atilde;o da sua situa&ccedil;&atilde;o financeira actual, comece por pensar se neste momento estar&aacute; preparado para uma situa&ccedil;&atilde;o imprevista. Note que ouvimos todos os dias not&iacute;cias de empresas que fecharam as portas e os seus funcion&aacute;rios ficaram desempregados. Imagine que isso lhe acontece. Por quanto tempo conseguiria viver com o mesmo n&iacute;vel de despesas?</p> <p> Para podermos aguentar situa&ccedil;&otilde;es mais adversas, &eacute; necess&aacute;rio que as pessoas tenham um fundo de emerg&ecirc;ncia, em que possa aguentar entre 3 a 6 meses o mesmo n&iacute;vel de despesas. Por isso, se ainda n&atilde;o come&ccedil;ou a poupar, dever&aacute; faz&ecirc;-lo o quanto antes. Mas n&atilde;o espere para o fim do m&ecirc;s para ver se sobra, pois certamente n&atilde;o ir&aacute; sobrar, o ideal ser&aacute; definir uma percentagem ou um montante do seu or&ccedil;amento e retir&aacute;-lo no in&iacute;cio do m&ecirc;s para a sua poupan&ccedil;a. Para pouparmos temos de o fazer no in&iacute;cio (quando temos dinheiro dispon&iacute;vel) e n&atilde;o no final (quando j&aacute; nada h&aacute; para p&ocirc;r de lado).</p> <p> No cen&aacute;rio de crise em que vivemos, o objectivo de cada fam&iacute;lia dever&aacute; passar por manter o seu or&ccedil;amento mensal o mais equilibrado poss&iacute;vel.</p> 2011-03-15 Andreia Leite a-extincao-dos-recibos-verdes A “extinção” dos Recibos Verdes <p>Para além de todos os cortes previstos pelo Orçamento do Estado recentemente aprovado, 2013 reserva várias alterações na vida dos contribuintes, entre as quais está a “extinção” dos recibos verdes.</p> <p>Ao longo dos anos, os recibos verdes têm sido alvo de muita celeuma e polémica. Todos sabemos que, de facto, por detrás da emissão dos recibos verdes nem sempre está a prestação de um serviço pontual, tal como seria expectável que assim acontecesse. Por isso se fala muitas vezes na opinião pública dos “falsos” recibos verdes, na medida em que escondem um “posto de trabalho” que não se rege pelas regras da Categoria A - Trabalho Dependente. Embora se tenha vindo a notar alguns esforços para contrariar esta situação, nomeadamente a introdução da obrigatoriedade de pagamento da taxa social única de 5% sobre os trabalhadores a recibos verdes que tenham auferido, no mesmo ano, mais de 80% da totalidade dos seus rendimentos junto da mesma empresa ou entidade, o certo é que ainda estamos longe de atingir esse objetivo. Como vamos ver, as novidades agora conhecidas também não vêm resolver esta situação.</p> <p>A partir de janeiro de 2013, terminaram os recibos verdes eletrónicos, tendo sido substituídos por “faturas-recibo” ou “faturas eletrónicas”. Esta alteração não irá acarretar custos adicionais para os contribuintes, uma vez que todo o processo para a emissão destas faturas ocorre no Portal das Finanças e será apenas uma alteração ao nível da denominação do documento, mantendo-se tudo o resto inalterado.</p> <p>Assim, todos os contribuintes estão agora obrigados a emitir informaticamente e diretamente no Portal das Finanças as faturas relativas à prestação dos seus serviços, deixando de existir os recibos verdes pré-impressos do Portal das Finanças, à semelhança do que já tinha acontecido, em Julho de 2011, com a extinção da caderneta de recibos verdes. Esta extinção, não irá apenas alterar o comportamento dos contribuintes, na medida em que as empresas vão ter também de comunicar mensalmente à Autoridade Tributária todas as transações realizadas.</p> <p>Esta decisão de extinção dos recibos verdes electrónicos pré-impressos e as alterações à sua denominação tem como objetivo uniformizar a faturação relativa à prestação de serviços em sede de Categoria B, equiparando-a aos modelos de faturação a que as empresas passam a estar também obrigadas.</p> <p>Contudo, e apesar de todas as alterações, continua a haver uma exceção relativa à obrigatoriedade de emissão de faturas electrónicas. Esta exceção, aplica-se aos recibos de renda que poderão continuar a ser emitidos manualmente através dos livros de recibos comprados nas tipografias.</p> 2012-12-28 Fábio Cruz novas-limitacoes-a-deducao-de-prejuizos-fiscais Novas limitações à dedução de prejuízos fiscais <p>A entrada em vigor da Lei n.º 64-B/2011, de 30 de Dezembro, com o Orçamento de Estado de 2012, veio introduzir limitações às deduções dos prejuízos fiscais de IRC, a par de outras medidas apresentadas com o enfoque no aumento da receita fiscal.</p> <p>A necessidade de receitas fiscais e a existência de um vasto historial em Portugal de empresas com resultados contabilísticos negativos e prejuízos fiscais recorrentes, pressionaram o legislador no sentido de actualizar o regime da dedutibilidade dos prejuízos fiscais. Assim sendo, o encerramento das contas do exercício de 2012, aguardará por novas regras ao nível da limitação na dedução dos prejuízos fiscais.</p> <p>O impacto desta medida encontra-se previsto no artigo 52º do CIRC, clarificando as regras adicionais de dedução de prejuízos fiscais, aplicáveis aos sujeitos passivos de IRC que exercem a título principal, uma atividade comercial, industrial ou agrícola. Com esta redação, além de alargar de quatro para cinco anos o período de reporte de prejuízos fiscais, veio introduzir uma limitação adicional: “a dedução a efectuar em cada um dos exercícios não pode exceder os 75 por cento do respetivo lucro tributável, não ficando, porém, prejudicada a dedução da parte desses prejuízos que não tenham sido deduzidos, nas mesmas condições e até ao final do respectivo período de dedução”.</p> <p>Esta limitação será aplicada aos lucros tributáveis apurados em exercícios que se iniciem a partir de 1 de janeiro de 2012, existindo assim um elevado número de empresas com prejuízos fiscais que serão afectadas por esta medida, contribuindo desta forma para a angariação de receita fiscal, tal como já vimos acontecer em outros casos como a derrama estadual, pagamentos por conta, resultado da liquidação, entre outros.</p> <p>O facto de passar a existir a limitação da dedução dos prejuízos fiscais vai garantir sempre uma matéria coletável mínima, visto apenas ser possível utilizar como crédito fiscal o montante equivalente a 75% do lucro tributável. A parte dos prejuízos fiscais que não seja deduzida por força da limitação imposta, poderá vir a sê-lo nas mesmas condições e até ao final do respetivo período de dedução, isto é, esgotado o período de cinco anos para a sua dedução, extingue-se o direito à dedução dos prejuízos ainda não utilizados.</p> <p>Comparativamente com a legislação anterior, no último encerramento de contas, referente ao exercício de 2011, o prejuízo fiscal daí originado poderia vir a ser abatido até ao quarto ano seguinte (de 2012 a 2015). Actualmente, o que as empresas podem contar no próximo fecho de contas, apesar do prazo de dedução ter aumento para mais um ano, é que poderá existir um mero efeito temporário no que diz respeito ao prejuízo, isto é, menor dedução no exercício de 2012, a eventualidade de maior dedução nos exercícios futuros e a possibilidade da não dedução total dos prejuízos apurados.</p> <p>De facto e pelas suas características, esta alteração pode constituir-se, por um lado e do ponto de vista do Estado, como um importante mecanismo tendo em vista o aumento da tributação efectiva das empresas, num período demarcado pelas rígidas exigências orçamentais impostas a Portugal, e por outro lado, do ponto de vista do contribuinte, como uma alteração geradora de um incremento significativo da sua carga fiscal.</p> <p>No que se refere à dedução de outros créditos fiscais, tais como o PEC, SIFIDE ou RFAI, a existência de coleta mínima poderá constituir uma vantagem ou desvantagem dependendo dos prazos remanescentes para a dedução dos mesmos.</p> <p>Em suma, o alargamento do prazo não reflecte um alívio na tributação para as empresas, porque esta extensão de reporte veio associado à obrigatoriedade de tributação mínima em cada ano, e este facto poderá levar a possibilidade de se vir a perder parte de prejuízos fiscais por se adiar a data de utilização fiscal. Por outro lado, esta medida não é desajustada, no contexto das alterações introduzidas no Orçamento de Estado de 2012, visto levar as empresas a contribuírem com uma parcela dos lucros apurados na medida em que vão deduzindo os prejuízos fiscais existentes.</p> 2012-12-22 Tânia Rodrigues os-cortes-no-seu-subsidio-de-natal Os cortes no seu Subsídio de Natal! <p>Todos nós já ouvimos falar na sobretaxa que irá tributar o Subsídio de Natal deste ano. Esta sobretaxa corresponde a aproximadamente 50% do Subsídio de Natal acima do SMN - Salário Mínimo Nacional (fixado em 2011 nos 485 euros), não aplicando-se apenas nos casos em que o valor do Subsídio de Natal seja igual ao SMN.</p> <p>Para sabermos ao certo o valor do corte que iremos sofrer, é necessário retirar ao valor bruto do subsídio, o montante das retenções na fonte e o valor da segurança social. A esse valor líquido subtraímos o SMN (ou seja os 485 euros) e multiplicamos por 50%.</p> <p>Por exemplo, no caso de um casal, sem filhos, em que cada um ganhe 1.000 euros brutos, desconta 110 euros para a segurança social (11%) e 90 euros para IRS (9%). Assim sendo, o montante líquido ao final do mês será de 800 euros. Agora, deveremos retirar os 485 euros (SMN) e multiplicar por 50%. Como consequência, o valor do corte no Subsídio de Natal será de 157,50 euros, nesta situação em particular. Claro que cada caso é um caso, até porque tudo depende também da nossa situação pessoal (se ambos os titulares trabalham, estado civil e nº de filhos). Ao que tudo indica, esta sobretaxa será apenas aplicada no ano de 2011.</p> <p>Para além da fórmula de cálculo, importa saber que a contribuição extraordinária irá ser retirada de uma só vez no momento em que o Subsídio de Natal seja colocado à disposição do contribuinte (nos casos em que for pago faseadamente deverá ser retirado, também, faseadamente, de forma a que no final do ano os montantes sejam os mesmos).</p> <p>No caso dos trabalhadores dependentes e pensionistas, este corte deverá ser no momento do pagamento do Subsídio de Natal sobre a forma de retenção na fonte por parte da entidade patronal, Segurança Social ou outra entidade responsável por esse pagamento. Esta retenção na fonte será efectuada a título de pagamento por conta da sobretaxa devida no final (ou seja, em 2012, aquando do apuramento do IRS - Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Singulares relativo ao ano de 2011). A retenção será deduzida à sobretaxa que vier a ser apurada com a entrega da declaração periódica de rendimentos de cada sujeito passivo. Caso esta retenção na fonte seja superior ao valor da sobretaxa extraordinária devida no final, o excedente será objecto de reembolso.</p> <p>No que respeita aos rendimentos de outras categorias em sede de IRS, e dado que os respectivos sujeitos passivos não auferem Subsídio de Natal, a sobretaxa extraordinária devida será apurada com a apresentação da declaração periódica de rendimentos relativa ao ano de 2011.</p> <p>As quantias retidas deverão ser entregues por parte das entidades pagadoras no prazo de 8 dias contados do a partir do momento em que foram deduzidas (e nunca depois do dia 23 de Dezembro).</p> <p>Esta sobretaxa irá ser aplicada a todos os rendimentos em que seja obrigatório o englobamento para efeitos de IRS, acrescidos dos rendimentos sujeitos às taxas especiais previstas no artigo 72º do Código de IRS. Ou seja, trabalho dependente, rendimentos empresariais e profissionais, rendimentos de capitais que sejam englobados, rendimentos prediais, incrementos patrimoniais e pensões, acrescido de alguns rendimentos sujeitos a taxas especiais (nomeadamente, as mais-valias de partes sociais e outros valores mobiliários e instrumentos financeiros derivados).</p> <p>Essa taxa será de 3,5% (em termos percentuais) por cada sujeito passivo residente em território nacional que exceda o valor do SMN. Depois, ao valor da colecta da sobretaxa extraordinária, serão dedutíveis apenas:</p> <p>- 2,5% do valor do SMN por cada dependente ou afilhado civil que não seja sujeito passivo de IRS;</p> <p>- As importâncias retidas nos termos do artigo 99.º-A, que, quando superiores à sobretaxa devida, conferem direito ao reembolso da diferença.</p> 2011-09-13 Paula Ferreira o-problema-actual-do-credito-bancario O problema actual do crédito bancário <p>Nos últimos tempos, segundo os dados revelados recentemente pelo Banco de Portugal, o incumprimento no crédito, tanto por parte das famílias como das empresas, tem-se vindo a agravar. Perspectivando-se uma maior deterioração desta situação, atendendo ao actual estado económico e financeiro do país, e devido às medidas de austeridade apresentadas pela Troika e pelo novo Governo, bem como o aumento dos juros anunciado pelo Banco Central Europeu, é bem possível, que no futuro, o crédito malparado bata novos recordes e ainda mais portugueses entrem em estado de incumprimento.</p> <p>Indicadores recentemente divulgados, dão nota que uma em cada cinco empresas portuguesas está a falhar os pagamentos devidos pelos créditos recebidos da banca, num montante global que se aproxima dos 6 mil milhões de euros (de acordo com o Boletim Estatístico do Banco de Portugal).</p> <p>Os números apresentados revelam que o crédito malparado continua a aumentar em Portugal, sendo que no final do primeiro trimestre deste ano, 22% das empresas que recorreram ao financiamento tinham empréstimos em incumprimento junto da banca, face aos 20,7% registados em Dezembro de 2010.</p> <p>Do total de 119.444 milhões de euros emprestados pelos bancos às sociedades não financeiras, o rácio de crédito vencido ascende a 5%, isto é, 5,9 mil milhões de euros.</p> <p>No caso das Pequenas e Médias Empresas (PME), que compõem a grande fatia do tecido empresarial português, e que na definição do Banco de Portugal se caracterizam por terem menos de 250 funcionários e um volume de negócios até 50 milhões de euros, a percentagem de incumprimento é de 22%, ao passo que nas grandes empresas a taxa de devedores com crédito vencido atinge os 14%.</p> <p>No que respeita às famílias com créditos bancários, 14,2% estão em falta (5,5% no crédito à habitação e 15,7% no crédito ao consumo e outros fins), quando no final do ano passado a taxa era de 13,8%.</p> <p>Nos particulares, o rácio de crédito vencido atinge 3,3% do total de 155.940 milhões de euros, isto é, as famílias portuguesas devem mais de 5 mil milhões de euros aos bancos.</p> <p>Em menos de uma década, a postura adoptada pelas instituições de crédito em termos de concessão de crédito, mudou radicalmente. Se no passado existia um “excesso” de incentivo ao crédito, hoje deparamo-nos com uma situação em que mesmo os projectos/empresas com maior credibilidade têm dificuldades em obter financiamento, e quando o conseguem são em condições muito exigentes, resultado da actual falta de liquidez das instituições bancárias.</p> <p>O crescimento do incumprimento de crédito, por particulares e empresas, está na “onda da crise”. Sendo assim, por um lado, parte deste incumprimento que se verifica actualmente é causado pelo crédito que foi concedido no passado sem critérios ajustados e sustentáveis. Por outro, é uma consequência da falta de concessão de crédito, sendo este de tal forma escasso, que quando existe tal possibilidade, os critérios de concessão são extremamente cautelosos e rigorosos, impedindo de tal forma o fomento da economia e a criação de riqueza e emprego, não permitindo assim manter o equilíbrio do sistema.</p> 2011-07-04 Tânia Rodrigues as-medidas-da-troika As medidas da "Troika" <p> O Fundo Monetário Internacional (FMI) é uma organização internacional que pretende o bom funcionamento do sistema financeiro mundial pela monitorização das taxas de câmbio e da balança de pagamentos, através da assistência técnico-financeira. Este tem como objectivo principal o zelo pela estabilidade do sistema monetário internacional, através da cooperação entre os seus países membros.</p> <p> Tendo em conta o elevado défice em Portugal e a recessão económica em que vivemos, o Governo viu-se obrigado a pedir um resgate financeiro à Comissão Europeia para equilibrar a situação económica do país. Com a aprovação deste pedido, ficou acordado um programa de assistência financeira da União Europeia e do FMI que ronda os 78 mil milhões de euros, o qual será aplicado durante três anos. Para fazer face a este endividamento extraordinário e à situação económica do país, ficaram acordadas um conjunto de medidas entre Portugal e a “Troika” (Comissão Europeia, Fundo Monetário Internacional e Banco Central Europeu). Estas medidas englobam os seguintes níveis de intervenção: Impostos, Salários, Função Pública, Subsídio de Desemprego e Empresas.</p> <p> Relativamente aos impostos, haverá um agravamento do IRS (Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares) para a classe média; um corte nas deduções relativas a despesas com compra de casa, com saúde e com educação; um aumento do IMI (Imposto Municipal de Imóveis), declínio no IMT (Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosas); um aumento nas taxas moderadoras na saúde; um crescimento do IVA (Imposto sobre o Valor Acrescentado) na factura da electricidade; assim como, uma revisão dos produtos com taxa reduzida de IVA.</p> <p> No que toca aos salários, as alterações a implementar baseiam-se no aumento das pensões mínimas e no corte nas pensões acima de 1500 euros mensais. Em contrapartida, não haverá alterações ao nível dos salários nem ao nível do 13.º e 14.º mês na função pública.</p> <p> No que toca à Função Pública, deu-se especial atenção à redução de 15% dos cargos dirigentes da administração central e dos organismos públicos, ao declínio do número de municípios e juntas de freguesia, à interdição de gerar despesa por parte dos militares e a uma diminuição muito expressiva do orçamento da ADSE (Direcção-Geral de Protecção Social aos Funcionários e Agentes da Administração Pública).</p> <p> Já no Subsídio de Desemprego, as modificações prendem-se com a redução da duração do subsídio para 18 meses, no corte progressivo deste a partir do 6.º mês e na fixação de 1048 euros (2,5 vezes o Indexante dos Apoios Sociais) como valor máximo para o mesmo. Em contraponto, o período mínimo de descontos para aceder ao subsídio de desemprego passa de 15 para 12 meses, os trabalhadores independentes (onde se incluem os recibos verdes) passarão a ter direito a subsídio de desemprego e o despedimento deverá poder ser accionado por razões referentes à falta de cumprimento de objectivos determinados pelo empregador.</p> <p> Por fim, as mutações mais significantes a verificar ao nível empresarial focam-se na redução da Taxa Social Única (TSU), na venda do Banco Português de Negócios (BPN) sem preço mínimo, na privatização de quase todas as empresas a operar em mercados concorrenciais que ainda estão na posse do Estado ou nas quais ainda existem participações (REN, TAP, EDP, BPN, CTT, ANA, REFER, Seguros da CGD) e na suspensão de novas parcerias público-privadas.</p> 2011-06-14 Fábio Cruz o-sucesso-do-trabalho-em-equipa O sucesso do trabalho em equipa <p style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; line-height: 150%;">A excel&ecirc;ncia na lideran&ccedil;a, a inova&ccedil;&atilde;o, a qualidade, o servi&ccedil;o, a produtividade e a satisfa&ccedil;&atilde;o humana s&atilde;o elementos fundamentais para as pessoas que trabalham em equipas onde podem usar o potencial, o conhecimento e a motiva&ccedil;&atilde;o. N&atilde;o &eacute; f&aacute;cil criar uma equipa que coloque em ac&ccedil;&atilde;o o conhecimento, a experi&ecirc;ncia e a motiva&ccedil;&atilde;o das pessoas que a constituem.</span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; line-height: 150%;">Os estudos comprovam que o desempenho das equipas ser&aacute; sempre superior ao dos indiv&iacute;duos que as constituem desde que se combinem pessoas, conhecimentos, compet&ecirc;ncias e experi&ecirc;ncias diferentes face a um l&iacute;der capaz de maximizar o potencial individual e satisfa&ccedil;&atilde;o de um determinado projecto ou objectivo comum. Importa referir que, uma equipa n&atilde;o &eacute; um grupo de trabalho. A ideia de grupo de trabalho est&aacute; fundamentada numa vis&atilde;o do trabalho como sendo algo baseado na antiga no&ccedil;&atilde;o de uma organiza&ccedil;&atilde;o com linhas inflex&iacute;veis de controlo, autoridade e responsabilidade. Ou seja, quem est&aacute; numa posi&ccedil;&atilde;o de lideran&ccedil;a tende a assumir que pode tomar a maior parte das decis&otilde;es sobre o trabalho e os funcion&aacute;rios tendem a assumir que devem fazer o que os l&iacute;deres lhes dizem para fazer.</span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; line-height: 150%;">Estamos em presen&ccedil;a de uma equipa quando os seus membros discutem e formulam objectivos precisos e quantific&aacute;veis, avaliam as ideias, tomam decis&otilde;es e trabalham em conjunto para atingir os fins propostos/definidos. &Eacute; tamb&eacute;m necess&aacute;rio que os membros da equipa se comprometam em torno dos objectivos determinados, formulem e adoptem regras e procedimentos comuns e se considerem solidariamente respons&aacute;veis pelo resultado final alcan&ccedil;ado. Este tipo de equipa tem, por norma, um l&iacute;der que &eacute; aceite pelos restantes elementos devido &agrave; sua autoridade formal, compet&ecirc;ncia t&eacute;cnica e capacidade de lideran&ccedil;a.</span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; line-height: 150%;">Hoje em dia, muitas pessoas fazem parte de pelo menos uma ou mais equipas diferentes. Infelizmente, essas equipas n&atilde;o rendem todo o seu potencial por variad&iacute;ssimas raz&otilde;es. Consequentemente, quando as equipas n&atilde;o funcionam, as pessoas rejeitam a ideia da equipa e tendem a fazer as coisas sozinhas, n&atilde;o sendo essa uma solu&ccedil;&atilde;o efectiva para o trabalho dos dias de hoje. &Eacute; pois, indispens&aacute;vel, perceber o porqu&ecirc; da falta de rendimento das equipas que custa milhares de euros &agrave;s empresas. Muitas vezes, deve-se &agrave; insuficiente/deficiente partilha de informa&ccedil;&atilde;o. Todo o membro de uma equipa deve partilhar a informa&ccedil;&atilde;o de forma eficiente, deve criar confian&ccedil;a e ter responsabilidade, deve melhorar a sua habilidade para se auto-gerir de forma a atingir melhores resultados (em cont&iacute;nuo).</span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; line-height: 150%;">Em qualquer neg&oacute;cio, quando temos de tomar decis&otilde;es precisamos sempre de informa&ccedil;&atilde;o. &Agrave; medida que os neg&oacute;cios mudam, a natureza do trabalho precisa de mudar. As rela&ccedil;&otilde;es, responsabilidades e o fluxo de informa&ccedil;&atilde;o entre a direc&ccedil;&atilde;o e a for&ccedil;a de trabalho devem mudar para coincidir com a exig&ecirc;ncia de um rendimento sempre melhorado. Partilhar informa&ccedil;&atilde;o &eacute; essencial para resolver os problemas que atormentam as empresas. A troca de informa&ccedil;&atilde;o no local de trabalho &eacute; apenas o processo de comunica&ccedil;&atilde;o entre pessoas que partilham objectivos m&uacute;tuos.</span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; line-height: 150%;">No seio de uma equipa, cabe aos seus membros partilhar informa&ccedil;&atilde;o para que possam tomar melhores decis&otilde;es, tais como: o que est&aacute; a funcionar bem para a equipa (e o que n&atilde;o est&aacute;); ideias para melhorar os processos/procedimentos de trabalho, a fim de aumentar a produtividade e melhorar resultados; sugest&otilde;es sobre melhores condi&ccedil;&otilde;es de trabalho que produzam melhores resultados; ideias para melhorar a qualidade do trabalho ou servi&ccedil;o prestado; sugest&otilde;es de forma&ccedil;&atilde;o interna para os diferentes membros da equipa para que possam colmatar lacunas existentes.</span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; line-height: 150%;">S&oacute; s&atilde;o funcionais as equipas que usam a sua capacidade para partilhar informa&ccedil;&atilde;o, desenvolvendo assim altos n&iacute;veis de confian&ccedil;a e responsabilidade entre os membros e levando&nbsp;a que todas as pessoas se sintam comprometidas, valorizadas e orgulhosas de serem um membro da sua equipa. Assim, os membros da equipa sabem que est&atilde;o protegidos pelo v&iacute;nculo de confian&ccedil;a que existe entre eles.</span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; line-height: 150%;">Para que a sua equipa possa prosperar &eacute; necess&aacute;rio que ela possua as seguintes caracter&iacute;sticas: seja detentora de uma miss&atilde;o clara e definida; valorize as diferen&ccedil;as e o desacordo de opini&atilde;o de forma saud&aacute;vel; haja apoio e confian&ccedil;a correr riscos; exista uma comunica&ccedil;&atilde;o aberta e total partilha de informa&ccedil;&atilde;o; haja avalia&ccedil;&atilde;o cont&iacute;nua; todos os membros da equipa sejam capacitados; existam elogios generosos e reconhecimento do esfor&ccedil;o; haja limites e liberdades bem definidos para que se possa realizar o trabalho com o m&aacute;ximo sucesso.</span></p> <p style="text-align: justify;">&nbsp;</p> 2007-11-27 Manuel Fernandes a-realidade-empresarial A realidade empresarial <p style="text-align: justify;">No nosso quotidiano, nem sempre se torna vis&iacute;vel a import&acirc;ncia do tratamento adequado e correcto das opera&ccedil;&otilde;es contabil&iacute;sticas durante o exerc&iacute;cio de qualquer entidade ou empresa. Dos resultados decorrentes das Demonstra&ccedil;&otilde;es Financeiras resultar&aacute; a imagem da empresa, a qual dever&aacute; ser uma imagem verdadeira e apropriada de acordo com os princ&iacute;pios contabil&iacute;sticos geralmente aceites. O resultado contabil&iacute;stico &eacute; o ponto de partida para a determina&ccedil;&atilde;o do lucro tribut&aacute;vel e, deste modo, para a obten&ccedil;&atilde;o do resultado fiscal. Como o imposto a pagar ou a receber &eacute; calculado com base no resultado fiscal, as empresas, ou por quest&otilde;es banc&aacute;rias, ou com o objectivo de pagarem menos impostos, nem sempre apresentam balancetes que reflectem com rigor a sua real situa&ccedil;&atilde;o.</p> <p style="text-align: justify;">A contabilidade e a fiscalidade t&ecirc;m objectivos diferentes mas a fiscalidade parte dos dados contabil&iacute;sticos. Assim, o objectivo da contabilidade &eacute; a sua demonstra&ccedil;&atilde;o financeira para poder proporcionar uma informa&ccedil;&atilde;o &uacute;til para o apoio na tomada de decis&otilde;es, e tamb&eacute;m para &ldquo;prestar contas&rdquo; &agrave;s partes interessadas. J&aacute; o objectivo da fiscalidade &eacute; a redistribui&ccedil;&atilde;o da riqueza e tamb&eacute;m a arrecada&ccedil;&atilde;o de receitas para o Estado, para fazer face &agrave;s despesas. A realidade portuguesa, em termos de relacionamento entre o lucro contabil&iacute;stico e o lucro fiscal, assenta num modelo de depend&ecirc;ncia parcial. Por outras palavras, a fiscalidade apoia-se nos elementos contabil&iacute;sticos para, segundo a aplica&ccedil;&atilde;o de regras traduzidas em correc&ccedil;&otilde;es fiscais/extra-contabil&iacute;sticas, determinar a base tribut&aacute;vel do imposto.</p> <p style="text-align: justify;">De acordo com o m&eacute;todo de imposto a pagar, o imposto que afecta o resultado do exerc&iacute;cio &eacute; apurado aplicando a taxa de tributa&ccedil;&atilde;o sobre a base de incid&ecirc;ncia fiscal, provocando, muitas vezes, um resultado l&iacute;quido fict&iacute;cio, distorcendo a imagem verdadeira e apropriada da empresa.</p> <p style="text-align: justify;">Deste modo, apesar de Portugal fazer esfor&ccedil;os para dotar a contabilidade de autonomia em rela&ccedil;&atilde;o &agrave; fiscalidade, n&atilde;o pode continuar na &ldquo;ignor&acirc;ncia do conhecimento da lei fiscal&rdquo;, provocando graves preju&iacute;zos para o interesse da contabilidade. Esta situa&ccedil;&atilde;o torna-se mais vis&iacute;vel no final do ano, aquando do apuramento do imposto sobre o rendimento.</p> <p style="text-align: justify;">Portanto, torna-se necess&aacute;rio sensibilizar tanto os respons&aacute;veis pela contabilidade como os pr&oacute;prios empres&aacute;rios para a import&acirc;ncia do seu trabalho, particularmente, para as repercuss&otilde;es negativas de uma actua&ccedil;&atilde;o deficiente na vida das empresas e do pa&iacute;s.</p> 2008-12-09 Cristiano Guimarães qren-incentivos-empresariais QREN: Incentivos Empresariais <p style="text-align: justify;">&nbsp;<span style="font-size: 10pt; line-height: 150%;">O QREN - Quadro de Refer&ecirc;ncia Estrat&eacute;gico Nacional para o per&iacute;odo 2007-2013, apresenta-se para Portugal como um instrumento pass&iacute;vel de permitir ao tecido empresarial portugu&ecirc;s um salto qualitativo no seu crescimento, desenvolvimento e competitividade, se baseado nos vectores do conhecimento, da tecnologia e da inova&ccedil;&atilde;o. </span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; line-height: 150%;">Embora tenham surgido apenas no &uacute;ltimo trimestre de 2007, j&aacute; se contabilizam neste momento tr&ecirc;s programas de incentivo ao investimento empresarial, a saber: SI Inova&ccedil;&atilde;o; SI Qualifica&ccedil;&atilde;o PME; e, SI I&amp;DT.</span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; line-height: 150%;">O SI Inova&ccedil;&atilde;o - Sistema de Incentivos &agrave; Inova&ccedil;&atilde;o abarca projectos de investimento de inova&ccedil;&atilde;o produtiva: Produ&ccedil;&atilde;o de novos bens, processos e servi&ccedil;os e Empreendedorismo qualificado. Este programa visa apoiar projectos de investimento de inova&ccedil;&atilde;o produtiva promovidos por empresas (a t&iacute;tulo individual ou em coopera&ccedil;&atilde;o). O objectivo deste programa passa por: promover a inova&ccedil;&atilde;o no tecido empresarial pela via da produ&ccedil;&atilde;o de novos bens, servi&ccedil;os e processos que suportem a sua progress&atilde;o na cadeia de valor; refor&ccedil;ar a orienta&ccedil;&atilde;o das empresas para os mercados internacionais; e, estimular o empreendedorismo qualificado e o investimento estruturante em novas &aacute;reas com potencial crescimento.</span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; line-height: 150%;">Os benefici&aacute;rios do SI Inova&ccedil;&atilde;o s&atilde;o as empresas portuguesas e a natureza do incentivo &eacute; reembols&aacute;vel, excepto no caso das despesas eleg&iacute;veis com forma&ccedil;&atilde;o de recursos humanos (incentivo n&atilde;o reembols&aacute;vel). A taxa m&aacute;xima de incentivo &eacute; de 35% (salvo algumas situa&ccedil;&otilde;es de excep&ccedil;&atilde;o).</span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; line-height: 150%;">O SI Qualifica&ccedil;&atilde;o PME - Sistema de Incentivos &agrave; Qualifica&ccedil;&atilde;o e Internacionaliza&ccedil;&atilde;o de Pequenas e M&eacute;dias Empresas implica investimentos em factores din&acirc;micos de competitividade: Qualidade, Ambiente, Inova&ccedil;&atilde;o, Efici&ecirc;ncia Energ&eacute;tica, Propriedade Industrial, Internacionaliza&ccedil;&atilde;o, Marcas, Economia Digital... Em suma, este programa procura apoiar projectos de investimento promovidos por empresas (a t&iacute;tulo individual ou em coopera&ccedil;&atilde;o), entidades p&uacute;blicas, associa&ccedil;&otilde;es empresariais ou entidades do SCT - Sistema Cient&iacute;fico e Tecnol&oacute;gico direccionados para a interven&ccedil;&atilde;o nas PME, tendo em vista a inova&ccedil;&atilde;o, moderniza&ccedil;&atilde;o e internacionaliza&ccedil;&atilde;o, atrav&eacute;s da utiliza&ccedil;&atilde;o de factores din&acirc;micos da competitividade. O cariz fundamental deste sistema de incentivo passa pela promo&ccedil;&atilde;o da competitividade das empresas atrav&eacute;s do aumento da produtividade, da flexibilidade e da capacidade de resposta e/ou presen&ccedil;a activa das PME no mercado global. De referir que no SI Qualifica&ccedil;&atilde;o PME existem quatro tipologias de projectos: &ldquo;Projecto Individual&rdquo;; &ldquo;Projecto Conjunto&rdquo;; &ldquo;Projecto de Coopera&ccedil;&atilde;o&rdquo;; e, &ldquo;Projecto Simplificado de Inova&ccedil;&atilde;o&rdquo;. Dependendo de situa&ccedil;&otilde;es espec&iacute;ficas de c&aacute;lculo e de enquadramento associadas a cada tipologia de projectos eleg&iacute;veis, a taxa m&aacute;xima de incentivo varia entre 35% e 75%. A natureza do incentivo agrega os incentivos reembols&aacute;veis e n&atilde;o reembols&aacute;veis.</span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; line-height: 150%;">Por &uacute;ltimo, o SI I&amp;DT - Sistema de Incentivos &agrave; Investiga&ccedil;&atilde;o e Desenvolvimento Tecnol&oacute;gico nas Empresas, encontra-se destinado a projectos de investimento em Investiga&ccedil;&atilde;o e Desenvolvimento Tecnol&oacute;gico: Projectos Demonstradores, Projectos Mobilizadores, N&uacute;cleos e Centros de I&amp;DT. Este programa encontra-se formatado para: intensificar o esfor&ccedil;o empresarial nacional de I&amp;DT; criar novos conhecimentos com vista ao aumento da competitividade das empresas; promover a inser&ccedil;&atilde;o das empresas em redes internacionais de conhecimento; estimular a demonstra&ccedil;&atilde;o, a experimenta&ccedil;&atilde;o tecnol&oacute;gica, a dissemina&ccedil;&atilde;o e a transfer&ecirc;ncia de tecnologia para o sector empresarial; e, promover a coopera&ccedil;&atilde;o e o desenvolvimento de projectos de I&amp;DT entre as empresas e as entidades do SCT.</span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; line-height: 150%;">Os benefici&aacute;rios deste incentivo s&atilde;o empresas, entidades do SCT - Sistema Cient&iacute;fico e Tecnol&oacute;gico; e, associa&ccedil;&otilde;es empresariais. A tipologia dos projectos SI I&amp;DT &eacute; a seguinte: I&amp;DT Empresas (&ldquo;Projecto Individual&rdquo;, &ldquo;Projectos em Co-Promo&ccedil;&atilde;o&rdquo;, &ldquo;Projectos Mobilizadores&rdquo;, &ldquo;Vale I&amp;DT&rdquo;); I&amp;DT Colectiva (&ldquo;I&amp;DT Colectiva&rdquo;); Cria&ccedil;&atilde;o e Refor&ccedil;o de Compet&ecirc;ncias Internas de I&amp;DT (&ldquo;N&uacute;cleos de I&amp;DT&rdquo;, &ldquo;Centros de I&amp;DT&rdquo;); Valoriza&ccedil;&atilde;o de I&amp;DT (&ldquo;Projectos Demonstradores&rdquo;). Tendo em conta as situa&ccedil;&otilde;es espec&iacute;ficas de c&aacute;lculo e de contexto associadas a cada tipologia enunciada, importa salientar que a taxa m&aacute;xima de incentivo n&atilde;o ultrapassa os 25%.</span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; line-height: 150%;">Estes s&atilde;o os primeiros tr&ecirc;s programas de apoio lan&ccedil;ados, s&atilde;o os primeiros de muitos outros que agora se seguir&atilde;o. O mais importante &eacute; que Portugal saiba aproveitar bem o IV QCA &ndash; Quadro Comunit&aacute;rio de Apoio. </span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; line-height: 150%;">No passado, as experi&ecirc;ncias nem sempre foram as melhores, pelo menos, os resultados obtidos n&atilde;o corresponderam aos esperados. Num mundo globalizado como aquele em que hoje vivemos, torna-se cr&iacute;tico que o tecido empresarial saiba enfrentar os novos des&iacute;gnios de uma economia que se quer baseada no conhecimento.</span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; line-height: 150%;">Para mais informa&ccedil;&otilde;es sobre os incentivos do QREN, consultar www.incentivos.qren.pt.</span></p> <p style="text-align: justify;">&nbsp;</p> 2007-11-06 Nuno Pinto Bastos o-rendimento-da-actividade-associativa O rendimento da actividade associativa <p style="text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Imbu&iacute;dos de um esp&iacute;rito revolucion&aacute;rio, os representantes do Povo Portugu&ecirc;s aprovam em 1976 a primeira vers&atilde;o do diploma que viria a ser a Constitui&ccedil;&atilde;o da Rep&uacute;blica Portuguesa. O mesmo documento passa por v&aacute;rias revis&otilde;es constitucionais, nomeadamente em 1982, 1989, 1992, 1997, 2001, 2004 e 2005, mas actualmente contempla ainda no seu artigo 46.&ordm; que &ldquo;os cidad&atilde;os t&ecirc;m o direito de, livremente e sem depend&ecirc;ncia de qualquer autoriza&ccedil;&atilde;o, constituir associa&ccedil;&otilde;es, desde que estas n&atilde;o se destinem a promover a viol&ecirc;ncia e os respectivos fins n&atilde;o sejam contr&aacute;rios &agrave; lei penal&rdquo; e que &ldquo;as associa&ccedil;&otilde;es prosseguem livremente os seus fins sem interfer&ecirc;ncia das autoridades p&uacute;blicas e n&atilde;o podem ser dissolvidas pelo Estado ou suspensas as suas actividades sen&atilde;o nos casos previstos na lei e mediante decis&atilde;o judicial&rdquo;. Esta liberdade associativa vem permitir a cria&ccedil;&atilde;o de in&uacute;meras associa&ccedil;&otilde;es que actualmente se enquadram numa categoria de pessoas colectivas sem fins lucrativos, as quais podem assumir n&atilde;o s&oacute; a forma de associa&ccedil;&otilde;es, como tamb&eacute;m a de institui&ccedil;&otilde;es particulares de solidariedade social, pessoas colectivas religiosas, cooperativas, partidos pol&iacute;ticos e autarquias locais.</span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size: small;">&Eacute; de salientar que a gest&atilde;o de uma associa&ccedil;&atilde;o em muito se parece com a de uma empresa. Por&eacute;m, as associa&ccedil;&otilde;es possuem uma complexidade e uma originalidade que as tornam &uacute;nicas, nomeadamente no que diz respeito aos seus aspectos mais b&aacute;sicos de gest&atilde;o. De facto, o que se verifica numa empresa nem sempre se verifica numa associa&ccedil;&atilde;o, na medida em que o car&aacute;cter de voluntariado dos seus dirigentes &eacute; por vezes dif&iacute;cil de conciliar com requisitos universais de gest&atilde;o e que, pelas suas caracter&iacute;sticas especiais, fazem com que tenham um enquadramento contabil&iacute;stico e fiscal pr&oacute;prios, distinguindo-se assim de outras entidades.</span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size: small;">De um modo geral, as associa&ccedil;&otilde;es n&atilde;o exercem a t&iacute;tulo principal actividades de tipo comercial, industrial ou agr&iacute;cola. Na sua grande maioria, realizam antes actividades de natureza cultural, recreativa, desportiva e, como tal, ao abrigo do artigo 11.&ordm; do C&oacute;digo do IRC, estas entidades ficam isentas de IRC no que respeita &agrave; obten&ccedil;&atilde;o de rendimentos provenientes deste tipo de actividades, desde que legalmente constitu&iacute;das para o exerc&iacute;cio das mesmas. Mas, e se a associa&ccedil;&atilde;o obt&eacute;m rendimentos provenientes de um <i>snack-bar</i> ou de um <i>clube de v&iacute;deo</i>? Perde a referida isen&ccedil;&atilde;o e passa a ter obrigatoriedade declarativa em sede de IRC? Nem sempre, na medida em que de acordo com o artigo 54.&ordm; do Estatuto dos Benef&iacute;cios Fiscais, ficam isentos de IRC os rendimentos das colectividades desportivas, de cultura e recreio, abrangidas pelo artigo 11.&ordm; do C&oacute;digo do IRC, desde que a totalidade dos seus rendimentos brutos provenientes de actividades de tipo comercial, industrial ou agr&iacute;cola n&atilde;o exceda o montante de 7.481,97 euros. Deste modo, uma associa&ccedil;&atilde;o recreativa que detenha a explora&ccedil;&atilde;o de um <i>snack-bar</i> e de um clube de v&iacute;deo e cujos rendimentos da&iacute; provenientes n&atilde;o ultrapassem na sua totalidade os 7.481,97 euros, est&aacute; isenta da obrigatoriedade declarativa de rendimentos em sede de IRC. As associa&ccedil;&otilde;es quando obrigadas a enviar declara&ccedil;&otilde;es de rendimentos em sede de IRC, est&atilde;o sujeitas a uma taxa de 20%, mas quando n&atilde;o exercem a t&iacute;tulo principal uma actividade de natureza comercial, industrial ou agr&iacute;cola n&atilde;o t&ecirc;m que realizar Pagamento por Conta e Pagamento Especial por Conta.</span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size: small;">No que respeita ao enquadramento das associa&ccedil;&otilde;es em sede de IVA, normalmente encontram-se isentas ao abrigo do artigo 10.&ordm; ou das al&iacute;neas do artigo 9.&ordm; do C&oacute;digo do IVA. No entanto, dada a diversidade das actividades que desenvolvem, as associa&ccedil;&otilde;es podem encontrar-se enquadradas num regime misto, ou seja, contemplam tanto um regime normal como um regime de isen&ccedil;&atilde;o e, nessa situa&ccedil;&atilde;o, o m&eacute;todo mais utilizado &eacute; o da <i>afecta&ccedil;&atilde;o real</i>.</span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size: small;">No caso das associa&ccedil;&otilde;es dotadas de utilidade p&uacute;blica, verifica-se um leque alargado de isen&ccedil;&otilde;es em termos de impostos, nomeadamente, est&atilde;o isentas de IMT na aquisi&ccedil;&atilde;o de pr&eacute;dios destinados directa ou indirectamente &agrave; realiza&ccedil;&atilde;o dos seus fins estatut&aacute;rios, bem como isentas de IMI relativamente aos mesmos pr&eacute;dios; usufruem de isen&ccedil;&atilde;o de Imposto de Selo quando este constitua seu encargo; est&atilde;o tamb&eacute;m isentas de Imposto sobre Ve&iacute;culos e Imposto &Uacute;nico de Circula&ccedil;&atilde;o.</span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Ainda no que concerne &agrave; Seguran&ccedil;a Social, as entidades sem fins lucrativos beneficiam de uma taxa contributiva relativa aos seus trabalhadores mais reduzida comparativamente a outras entidades, ou seja, uma empresa normal tem uma taxa de 34,75% (23,75% da entidade patronal e 11% do trabalhador) e uma associa&ccedil;&atilde;o tem uma taxa de 31,60% (20,60% da entidade patronal e 11% do trabalhador).</span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Portanto, uma das formas que o Estado utiliza para apoiar e incentivar a actividade das associa&ccedil;&otilde;es &eacute; sem d&uacute;vida atrav&eacute;s da concess&atilde;o de isen&ccedil;&otilde;es fiscais, redu&ccedil;&otilde;es de taxa, bem como outros benef&iacute;cios de car&aacute;cter excepcional.</span></p> 2009-01-06 Carla Silva a-importancia-do-project-finance A importância do "project finance" <p>O <i>project finance</i> &eacute; uma modalidade espec&iacute;fica de financiamento de projecto, no meio de uma infinidade de alternativas dispon&iacute;veis, tais como: a utiliza&ccedil;&atilde;o de empr&eacute;stimos banc&aacute;rios cl&aacute;ssicos, capitais pr&oacute;prios, emiss&atilde;o de t&iacute;tulos (obriga&ccedil;&otilde;es ou ac&ccedil;&otilde;es) ou instrumentos mais elaborados como a securitiza&ccedil;&atilde;o e a titulariza&ccedil;&atilde;o de activos.</p> <p style="text-align: justify;">De entre estas modalidades de financiamento de projectos ou infra-estruturas, o <i>project finance</i> &eacute; aquela que maior import&acirc;ncia tem assumido em termos mundiais. Portugal tem mesmo vindo a ser apontado como um dos mercados que mais tem crescido nesta &aacute;rea.</p> <p style="text-align: justify;">A ideia de viabilizar um projecto de energia, constru&ccedil;&atilde;o rodovi&aacute;ria, constru&ccedil;&atilde;o e explora&ccedil;&atilde;o de um centro comercial ou empreendimento tur&iacute;stico atrav&eacute;s de um <i>project finance</i> visa essencialmente o isolamento entre o risco do projecto e o risco dos accionistas. O envolvimento dos promotores do projecto pauta-se pelo chamado <i>non recourse</i> (os promotores n&atilde;o assumem responsabilidades pelos custos de financiamento) ou <i>limited recourse</i> (os promotores do projecto assumem, ainda que de forma limitada, determinadas responsabilidades pelo reembolso do cr&eacute;dito e juros ou pelos capitais que sejam investidos).</p> <p style="text-align: justify;">Em Portugal, s&atilde;o diversas as institui&ccedil;&otilde;es banc&aacute;rias que det&ecirc;m uma posi&ccedil;&atilde;o de relevo nos financiamentos em regime de <i>project finance</i>, quer atrav&eacute;s da presta&ccedil;&atilde;o das actividades de consultadoria financeira, quer atrav&eacute;s dos financiamentos e participa&ccedil;&otilde;es de capital. As in&uacute;meras parcerias p&uacute;blico privadas (PPP) realizadas nestes &uacute;ltimos anos em Portugal s&atilde;o disso exemplo.</p> <p style="text-align: justify;">O <i>project finance</i> surge assim, como resposta a estas necessidades de financiamento e vem alterar radicalmente a metodologia de concess&atilde;o de cr&eacute;dito em Portugal, sobretudo com a tend&ecirc;ncia que o Estado portugu&ecirc;s vem demonstrando de recorrer a parcerias com o sector privado (parcerias p&uacute;blico privadas), nomeadamente com a banca, para executar projectos de grande dimens&atilde;o na &aacute;rea dos transportes, infra-estruturas, sa&uacute;de, educa&ccedil;&atilde;o, ambiente e sistemas de telecomunica&ccedil;&otilde;es.</p> <div style="text-align: justify;">Os diversos <i>players</i> que participam na montagem de um <i>project finance</i> s&atilde;o:</div> <div style="text-align: justify;">1) os empreendedores (<i>sponsors</i>), que t&ecirc;m a seu cargo a implementa&ccedil;&atilde;o do projecto e s&atilde;o muitas vezes os accionistas da sociedade empreendedora;</div> <div style="text-align: justify;">2) os financiadores (<i>leaders</i>) que normalmente s&atilde;o os bancos e os demais agentes financiadores que fornecem a maior parte dos recursos financeiros necess&aacute;rios para a implementa&ccedil;&atilde;o do projecto;</div> <div style="text-align: justify;">3) os construtores (<i>constructors</i>), operadores (<i>operators</i>), seguradoras (<i>insurance companies</i>), fornecedores (<i>suppliers</i>) e demais entidades cuja participa&ccedil;&atilde;o seja crucial ao sucesso do projecto;</div> <div style="text-align: justify;">4) os advogados e consultores (<i>financial advisors</i>) que prestam os servi&ccedil;os de consultoria e assessoria legal e financeira necess&aacute;ria para a elabora&ccedil;&atilde;o e execu&ccedil;&atilde;o dos contratos e projectos.</div> <p style="text-align: justify;">Nem sempre estes <i>players</i> t&ecirc;m presente as notas fundamentais que distinguem o <i>project finance</i> das restantes formas de financiamento banc&aacute;rias, ignorando os fundamentos da opera&ccedil;&atilde;o e causando alguns entraves no processo de negocia&ccedil;&atilde;o contratual. Importa referir que, os aspectos cruciais da implementa&ccedil;&atilde;o de um <i>project finance</i> s&atilde;o definidos nas negocia&ccedil;&otilde;es detalhadas e muito demoradas do complexo conjunto de instrumentos contratuais, facto que leva a que todos os intervenientes devam manter especial enfoque nas particularidades distintivas desta solu&ccedil;&atilde;o.</p> <p style="text-align: justify;">&Eacute; justo dizer que n&atilde;o &eacute; o <i>project finance</i> que faz com que um projecto &ldquo;menos bom&rdquo; no presente se torne num bom projecto no futuro. O que ele garante &eacute; uma s&eacute;rie de vantagens de entre as quais conv&eacute;m destacar: uma maior &ldquo;tranquilidade&rdquo; para o empreendedor e para os pr&oacute;prios credores, pois n&atilde;o existe garantia mais l&iacute;quida do que os cash-flows gerados pelo projecto como garantia do pagamento das presta&ccedil;&otilde;es do financiamento; a n&atilde;o presta&ccedil;&atilde;o de garantias reais e pessoais dos empreendedores; a transpar&ecirc;ncia sobre os resultados do projecto em quest&atilde;o fruto dos in&uacute;meros estudos, projec&ccedil;&otilde;es e contratos exigidos; os balan&ccedil;os dos empreendedores ficam menos endividados e a possibilidade de avan&ccedil;ar com projectos de investimento que, de outra forma, n&atilde;o poderiam realizar por falta de capitais pr&oacute;prios ou de capacidade de financiamento.</p> 2008-10-20 Manuel Fernandes a-comunicacao-empresarial A Comunicação Empresarial <p style="text-align: justify;">Muitas vezes ignorada pelas micro e pelas pequenas empresas, a comunica&ccedil;&atilde;o apresenta-se no actual mundo dos neg&oacute;cios com um papel preponderante que deve ser tido em conta na gest&atilde;o estrat&eacute;gica. Fala-se muito no Composto de Marketing (Marketing-Mix), mas nem todos t&ecirc;m consci&ecirc;ncia da sua real import&acirc;ncia. Para quem desconhece de todo este conceito, importa referir que se trata de um conjunto de ferramentas de marketing que a empresa utiliza para produzir a resposta que deseja no seu mercado-alvo. O Marketing-Mix &eacute;, em regra, composto pelos denominados 4 P&rsquo;s: Product (Produto), Price (Pre&ccedil;o), Place (Distribui&ccedil;&atilde;o) e Promotion (Comunica&ccedil;&atilde;o). Esta &uacute;ltima vari&aacute;vel &eacute; precisamente aquela que nem sempre envolve uma pol&iacute;tica bem definida, da&iacute; o objectivo de focalizarmos a pol&iacute;tica de comunica&ccedil;&atilde;o empresarial.</p> <p style="text-align: justify;">A comunica&ccedil;&atilde;o &eacute; o resultado do entendimento de uma s&eacute;rie de s&iacute;mbolos e sinais pelo emissor e pelo receptor. Podemos dizer que existe uma estreita rela&ccedil;&atilde;o entre promo&ccedil;&atilde;o, comunica&ccedil;&atilde;o e informa&ccedil;&atilde;o. Toda a promo&ccedil;&atilde;o &eacute; comunica&ccedil;&atilde;o, mas nem toda comunica&ccedil;&atilde;o &eacute; promo&ccedil;&atilde;o. Por exemplo, ao elaborar um cartaz, o objectivo &eacute; promover uma mensagem, ou seja, al&eacute;m de comunicar, promove-se. Onde duas ou mais pessoas conversam, est&atilde;o a ser comunicadas mensagens, mas n&atilde;o necessariamente promovidas. Portanto, promo&ccedil;&atilde;o &eacute; comunica&ccedil;&atilde;o enquanto atitude. A promo&ccedil;&atilde;o &eacute; o elemento do Composto de Marketing que cuida da comunica&ccedil;&atilde;o, prestando informa&ccedil;&otilde;es aos clientes potenciais e actuais sobre a exist&ecirc;ncia de produtos, com o objectivo de persuadi-los para a compra dos mesmos (percebendo que possuem os atributos necess&aacute;rios &agrave; satisfa&ccedil;&atilde;o das suas necessidades e desejos).</p> <p style="text-align: justify;">Neste processo de Comunica&ccedil;&atilde;o, podemos dizer que tem havido nos &uacute;ltimos anos uma tend&ecirc;ncia bem definida para a pr&aacute;tica da chamada Comunica&ccedil;&atilde;o Integrada de Marketing (CIM). Este conceito coloca todos os aspectos da comunica&ccedil;&atilde;o de marketing (como a propaganda, promo&ccedil;&atilde;o de vendas, rela&ccedil;&otilde;es p&uacute;blicas e venda pessoal) a trabalharem em conjunto como uma for&ccedil;a unificada. No passado, os elementos da comunica&ccedil;&atilde;o eram tratados de uma forma separada (em termos te&oacute;ricos), por parte das empresas. Na actualidade, esta filosofia apresenta-se alterada e a &ldquo;integra&ccedil;&atilde;o&rdquo; &eacute; a base do sucesso.</p> <p style="text-align: justify;">&Eacute; poss&iacute;vel sintetizar o processo de comunica&ccedil;&atilde;o em torno de cinco perguntas, sobre as quais se tem de decidir e tomar decis&otilde;es: &ldquo;Quem comunica?&rdquo;; &ldquo;A quem?&rdquo;, &ldquo;O qu&ecirc;?&rdquo;, &ldquo;Como?&rdquo;, &ldquo;Com que resultado?&rdquo;. Este conjunto de perguntas simples por vezes traz respostas menos simples. No entanto, &eacute; com elas que conseguimos fazer um diagn&oacute;stico de comunica&ccedil;&atilde;o. Assim sendo, &eacute; ent&atilde;o fundamental existir capacidade para decidir: identificando o p&uacute;blico-alvo; determinando os objectivos da comunica&ccedil;&atilde;o; seleccionando a mensagem e os canais de comunica&ccedil;&atilde;o; escolhendo a fonte da mensagem; e, recolhendo o feedback.</p> <p style="text-align: justify;">As empresas exercem dois tipos de comunica&ccedil;&atilde;o: a comunica&ccedil;&atilde;o interna com o seu p&uacute;blico interno (dirigentes, funcion&aacute;rios&hellip;) e a comunica&ccedil;&atilde;o externa com os seus p&uacute;blicos externos (clientes, governo&hellip;). Depois de apresentado o or&ccedil;amento total de promo&ccedil;&atilde;o, este deve ser divido pelas principais ferramentas promocionais: Publicidade; Rela&ccedil;&otilde;es P&uacute;blicas; Promo&ccedil;&atilde;o de Vendas; Venda Pessoal; Marketing Directo; Marketing na Internet. Estamos perante o chamado Mix da Comunica&ccedil;&atilde;o, o qual deve ser cuidadosamente coordenado (este mix varia muito de empresa para empresa).</p> <p style="text-align: justify;">A comunica&ccedil;&atilde;o &eacute; cada vez mais um factor decisivo para a imagem das empresas no mercado. Por isso, &eacute; que a estrat&eacute;gia de comunica&ccedil;&atilde;o deve ser eficaz e adaptada &agrave; realidade da empresa. Uma estrat&eacute;gia bem elaborada permitir&aacute; transformar as orienta&ccedil;&otilde;es do planeamento de marketing em ac&ccedil;&otilde;es de comunica&ccedil;&atilde;o eficazes e concretas. O Mix da Comunica&ccedil;&atilde;o nem sempre &eacute; utilizado e valorizado nas organiza&ccedil;&otilde;es da melhor forma, sendo essencial para a actividade de qualquer empresa.</p> <p style="text-align: justify;">A estrat&eacute;gia de comunica&ccedil;&atilde;o &eacute; t&atilde;o mais importante, quanto menor for a dimens&atilde;o da empresa. Erroneamente, pensa-se, muitas vezes, que apenas as grandes empresas devem ter cuidados ao n&iacute;vel da pol&iacute;tica de comunica&ccedil;&atilde;o e da estrat&eacute;gia a seguir. No entanto, a economia actual mostra-nos que uma empresa sem estrat&eacute;gia de comunica&ccedil;&atilde;o pode estar a condenar-se ao fracasso.</p> 2008-03-25 Nuno Pinto Bastos o-tao-falado-credito-habitacao-dot-dot-dot O tão falado Crédito Habitação… <p style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; line-height: 150%;">Quem ainda n&atilde;o ouviu a m&uacute;sica &ldquo;Pequeno T2&rdquo; de Ricardo Azevedo? E quem n&atilde;o deseja realmente ter &ldquo;um T2 com vista para o mar e um carro com tecto de abrir&rdquo;? Ou, at&eacute; quem sabe, um T3 ou um T4 duplex?</span> <span style="font-size: 10pt; line-height: 150%;">A verdade &eacute; que todos querem casa e viatura pr&oacute;pria, conseguindo assim a denominada &ldquo;Independ&ecirc;ncia&rdquo;. E para que esse sonho seja poss&iacute;vel de realizar, a &uacute;nica sa&iacute;da que muitas vezes se apresenta passa pelo recurso &agrave; banca. No entanto, as institui&ccedil;&otilde;es banc&aacute;rias exigem o pagamento de juros (nem sempre muito acess&iacute;veis, uma vez que se tem verificado uma subida significativa dos mesmos).</span> <span style="font-size: 10pt; line-height: 150%;">Dados do INE - Instituto Nacional de Estat&iacute;stica demonstram que em Outubro de 2006, a taxa de juro dos contratos era em m&eacute;dia de 4,4%. A mesma fonte revela tamb&eacute;m que em Outubro de 2007, esta taxa apresentava-se nos 5,4%, o que significa um aumento de 1 p.p. em apenas ano. O resultado deste aumento traduz-se num acr&eacute;scimo na presta&ccedil;&atilde;o mensal de 168&euro;, o que indica uma diminui&ccedil;&atilde;o no or&ccedil;amento dos portugueses.</span> <span style="font-size: 10pt; line-height: 150%;">At&eacute; h&aacute; bem pouco tempo, t&iacute;nhamos apenas o Banco de Portugal para a conceder cr&eacute;dito ao consumo. A partir de agora j&aacute; o podemos obter em toda a Europa, desde que o cr&eacute;dito se situe entre os 500 &euro; e os 60.000 &euro;. Este &eacute; um aspecto que se revela bastante positivo, pois abre-se a possibilidade de se vir a conseguir taxas de juro mais acess&iacute;veis do que aquelas que actualmente dispomos em Portugal.</span> <span style="font-size: 10pt; line-height: 150%;">A realidade portuguesa anuncia que a maioria das fam&iacute;lias chega a acumular o cr&eacute;dito habita&ccedil;&atilde;o, cr&eacute;dito autom&oacute;vel e, por vezes, ainda outros cr&eacute;ditos (realizados com o intuito de poderem pagar cr&eacute;ditos anteriormente contra&iacute;dos). A verdade &eacute; que temos no nosso pa&iacute;s fam&iacute;lias com graves problemas de consumismo, cuja gest&atilde;o do or&ccedil;amento familiar &eacute; feita sem qualquer c&aacute;lculo ou planeamento, factor que as leva a apresentarem um n&iacute;vel de endividamento superior &agrave;quele, que na verdade, poderiam suportar. </span> <span style="font-size: 10pt; line-height: 150%;">Contudo, tem-se verificado um abrandamento do cr&eacute;dito ao consumo em Portugal. As raz&otilde;es podem ter a ver com o facto dos portugueses come&ccedil;arem a fazer melhor as contas do seu or&ccedil;amento mensal ou com os elevados valores que as taxas de juro t&ecirc;m atingido ao longo dos &uacute;ltimos tempos. As not&iacute;cias que chegam actualmente &agrave;s nossas casas, v&atilde;o no sentido de que as taxas de juro relativas ao cr&eacute;dito habita&ccedil;&atilde;o t&ecirc;m invertido ligeiramente essa tend&ecirc;ncia de subida. Por&eacute;m, espera-se que o incumprimento dos cr&eacute;ditos ao consumo deixe de ser uma pr&aacute;tica constante dos portugueses e que as taxas de juro n&atilde;o contribuam significativamente para isso.</span> <span style="font-size: 10pt; line-height: 150%;">Caso n&atilde;o seja poss&iacute;vel recorrer ao cr&eacute;dito, v&ecirc;mo-nos obrigados a seguir novamente a ideia de Ricardo Azevedo, mas desta vez na vers&atilde;o apresentada no programa &ldquo;Dizem que &eacute; uma esp&eacute;cie de magazine&rdquo;&hellip; e &ldquo;ficamos a viver em casa dos pais, com comida e roupa lavada&rdquo;!</span></p> 2008-02-05 Andreia Leite a-necessidade-de-qualificacao-do-tecido-empresarial-portugues A necessidade de qualificação do tecido empresarial português <p style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; line-height: 150%;">Hoje em dia, debate-se cada vez mais a necessidade de rejuvenescer o tecido empresarial portugu&ecirc;s, j&aacute; que este apresenta n&iacute;veis de competitividade inferiores &agrave; m&eacute;dia dos restantes pa&iacute;ses da Uni&atilde;o Europeia.</span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; line-height: 150%;">Muitos justificam esta situa&ccedil;&atilde;o com a baixa qualifica&ccedil;&atilde;o dos nossos empres&aacute;rios, uma vez que estes apresentam, em m&eacute;dia, uma taxa de escolaridade entre os 7 e os 8 anos e uma idade superior a 40 anos. A maioria dos pa&iacute;ses da Uni&atilde;o Europeia tem taxas de escolaridade superiores &agrave;s nossas. Esse fosso tem vindo a aumentar nos &uacute;ltimos anos, o que leva a que este aspecto seja apontado como o principal obst&aacute;culo ao aumento da competitividade das empresas portuguesas.</span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; line-height: 150%;">Para que haja mais competitividade n&atilde;o &eacute; suficiente o ingresso de camadas mais jovens no mundo empresarial, apesar de se tratarem de recursos humanos mais receptivos a novas tecnologias e/ou a produtos inovadores. Torna-se essencial apostar tamb&eacute;m nos trabalhadores que j&aacute; se encontram no mundo dos neg&oacute;cios e que s&atilde;o avessos &agrave; inova&ccedil;&atilde;o, talvez por medo, ou mesmo por n&atilde;o terem a percep&ccedil;&atilde;o da import&acirc;ncia do acompanhamento da globaliza&ccedil;&atilde;o.</span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; line-height: 150%;">Todavia, para que esse acompanhamento seja poss&iacute;vel, &eacute; necess&aacute;rio que os nossos empres&aacute;rios invistam na forma&ccedil;&atilde;o dos seus trabalhadores. Esta aposta ter&aacute; um resultado positivo a prazo, pois para al&eacute;m de conseguir desenvolver as empresas, induz a produtos mais inovadores, trabalhadores mais qualificados e, sobretudo, mais atentos &agrave;s necessidades do actual mundo empresarial.</span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; line-height: 150%;">&Eacute; relevante que os nossos empres&aacute;rios definam como prioridade a forma&ccedil;&atilde;o dos seus trabalhadores, pois a falta de qualifica&ccedil;&otilde;es profissionais tem sido apontada como uma das causas para que se encerrem mais empresas do que aquelas que se criam.</span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; line-height: 150%;">Acrescente-se ainda que tem sido atribu&iacute;da pouca import&acirc;ncia &agrave; forma&ccedil;&atilde;o porque a prioridade para as empresas &eacute; a m&atilde;o-de-obra pouco qualificada, uma vez que &eacute; sin&oacute;nimo de m&atilde;o-de-obra barata. Contudo, o factor custo/benef&iacute;cio pode fazer a diferen&ccedil;a.&nbsp;</span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; line-height: 150%;">Torna-se fundamental que os nossos empres&aacute;rios olhem para o mercado e percebam que a falta de qualifica&ccedil;&atilde;o &eacute; uma das raz&otilde;es para a falta de competitividade do tecido empresarial portugu&ecirc;s. Ao manter-se a mesma atitude, a discrep&acirc;ncia da taxa de qualifica&ccedil;&atilde;o em rela&ccedil;&atilde;o aos restantes pa&iacute;ses da Uni&atilde;o Europeia permanece e a falta de competitividade tamb&eacute;m. Por isso, se realmente o pa&iacute;s quer combater este atraso, parece que chegou a hora dos nossos empres&aacute;rios se tornarem mais arrojados, reajustando estrat&eacute;gias e abrindo os &ldquo;cord&otilde;es &agrave; bolsa&rdquo; para investir na forma&ccedil;&atilde;o dos seus trabalhadores. At&eacute; porque s&atilde;o as pessoas que marcam a diferen&ccedil;a dentro das organiza&ccedil;&otilde;es.</span></p> <p style="text-align: justify;">&nbsp;</p> 2007-10-01 Andreia Leite inovacao-e-competitividade Inovação e competitividade <p style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; line-height: 150%;">A inova&ccedil;&atilde;o &eacute; hoje um factor-chave da competitividade, que incide n&atilde;o apenas sobre os processos, mas tamb&eacute;m sobre os produtos e os servi&ccedil;os, n&atilde;o s&oacute; sobre a tecnologia, mas tamb&eacute;m sobre a organiza&ccedil;&atilde;o e a gest&atilde;o.</span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; line-height: 150%;">Numa &eacute;poca de transi&ccedil;&atilde;o para uma economia baseada no conhecimento, torna-se clara a necessidade de implementar pol&iacute;ticas integradas (Universidades / Centros de Investiga&ccedil;&atilde;o / Empresas) que intensifiquem a interac&ccedil;&atilde;o no apoio e desenvolvimento da inova&ccedil;&atilde;o. A melhor forma de acelerar o processo de reforma estrutural &eacute; incentivando e apoiando fortemente todo e qualquer investimento em investiga&ccedil;&atilde;o e desenvolvimento (I&amp;D). S&oacute; assim se podem sustentar perspectivas econ&oacute;micas saud&aacute;veis e previs&otilde;es de crescimento mais favor&aacute;veis.</span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; line-height: 150%;">&Eacute; evidente que para refor&ccedil;ar a competitividade da economia portuguesa &eacute; necess&aacute;ria uma pol&iacute;tica integrada de apoio &agrave; inova&ccedil;&atilde;o diferente da actual. Em consequ&ecirc;ncia, deve-se: promover mais a inova&ccedil;&atilde;o; refor&ccedil;ar a forma&ccedil;&atilde;o e a qualifica&ccedil;&atilde;o da popula&ccedil;&atilde;o portuguesa; e, sobretudo, impulsionar um enquadramento geral favor&aacute;vel &agrave; inova&ccedil;&atilde;o atrav&eacute;s da cria&ccedil;&atilde;o de incentivos fiscais e parafiscais (j&aacute; existem programas como o SIFIDE que se apresentam ainda insuficientes para criar o &ldquo;enquadramento favor&aacute;vel&rdquo;).</span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; line-height: 150%;">Nos &uacute;ltimos anos, tem-se verificado um acelerado aumento nas mudan&ccedil;as tecnol&oacute;gicas e cient&iacute;ficas e uma cres&shy;cente competitividade dos mercados, que &ldquo;obrigam&rdquo; as empresas a inovar com mais frequ&ecirc;ncia (por um lado a concorr&ecirc;ncia aumentou e por outro as margens de lucro t&ecirc;m diminu&iacute;do de ano para ano). Como tal, as empresas denotam uma grande press&atilde;o para o lan&ccedil;amento de novos produ&shy;tos, processos e servi&ccedil;os. </span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; line-height: 150%;">No quadro das recentes orienta&ccedil;&otilde;es de pol&iacute;tica econ&oacute;mica (veja-se o exemplo do QREN - Quadro de Refer&ecirc;ncia Estrat&eacute;gico Nacional 2007-2013) e no actual contexto econ&oacute;mico internacional torna-se imperativo a prepara&ccedil;&atilde;o e adapta&ccedil;&atilde;o da economia nacional aos novos referenciais, uma vez que a economia nacional est&aacute; mais aberta ao exterior e, por isso, mais globalizada. Consequentemente, e porque Portugal j&aacute; n&atilde;o consegue competir pelo factor pre&ccedil;o do capital humano, torna-se fundamental a constru&ccedil;&atilde;o de uma &ldquo;economia do conhecimento&rdquo; altamente competitiva, centrada em factores &ldquo;n&atilde;o-pre&ccedil;o&rdquo; associados &agrave; cria&ccedil;&atilde;o de valor acrescentado.</span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; line-height: 150%;">Assim sendo, &eacute; imprescind&iacute;vel a mudan&ccedil;a de um paradigma de especializa&ccedil;&atilde;o assente em vantagens essencialmente comparativas associadas ao baixo custo de m&atilde;o-de-obra, centrado em sectores tradicionais e em ind&uacute;strias maduras, para um modelo de desenvolvimento econ&oacute;mico, focado na &ldquo;economia do conhecimento&rdquo;. Com este novo modelo de desenvolvimento surgem as crescentes preocupa&ccedil;&otilde;es com o &ldquo;saber fazer&rdquo; associado &agrave; chamada &ldquo;economia do conhecimento&rdquo; e ao imaterial, presentes n&atilde;o s&oacute; na identifica&ccedil;&atilde;o das prioridades nacionais mas, inclusivamente, como caminho &uacute;nico a tra&ccedil;ar por todos os pa&iacute;ses da Uni&atilde;o Europeia.</span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; line-height: 150%;">Assim e tendo como refer&ecirc;ncia as indica&ccedil;&otilde;es da Estrat&eacute;gia de Lisboa, importa que todos os agentes econ&oacute;micos estejam mobilizados para este desafio. Simultaneamente, torna-se necess&aacute;ria a cria&ccedil;&atilde;o de uma envolvente favor&aacute;vel a este ajustamento estrutural atrav&eacute;s da ades&atilde;o das empresas a esta nova realidade que baseia as suas condi&ccedil;&otilde;es de sustenta&ccedil;&atilde;o em factores como a qualifica&ccedil;&atilde;o dos recursos humanos, o design, a melhoria ao n&iacute;vel dos canais de comercializa&ccedil;&atilde;o e distribui&ccedil;&atilde;o, a inova&ccedil;&atilde;o e a investiga&ccedil;&atilde;o tecnol&oacute;gicos.</span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; line-height: 150%;">Os apoios comunit&aacute;rios assumiram uma import&acirc;ncia primordial na defini&ccedil;&atilde;o e constru&ccedil;&atilde;o do sistema tecnol&oacute;gico nacional (apoio na cria&ccedil;&atilde;o dos Centros Tecnol&oacute;gicos, Institutos de Novas Tecnologias, Centros de Transfer&ecirc;ncia de Tecnologia) pelo que a an&aacute;lise do trajecto percorrido n&atilde;o pode ser dissociada dos objectivos e dos instrumentos financeiros disponibilizados em cada momento, uma vez que estes condicionam fortemente o tipo de actividade que desenvolvem e a forma como o fazem.</span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; line-height: 150%;">&Eacute; importante que a pol&iacute;tica de incentivos &agrave; dinamiza&ccedil;&atilde;o de actividades de transfer&ecirc;ncia de tecnologia e de novas compet&ecirc;ncias continue com o novo quadro comunit&aacute;rio. No entanto, tamb&eacute;m se esperam melhoramentos vis&iacute;veis em toda esta cadeia de valor, de forma a que o er&aacute;rio p&uacute;blico seja aplicado em projectos que possam ajudar a consolidar o novo paradigma de desenvolvimento.</span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; line-height: 150%;">A quest&atilde;o mais dif&iacute;cil relaciona-se com a avalia&ccedil;&atilde;o, pois qualquer avalia&ccedil;&atilde;o das entidades que se relacionam com estas tem&aacute;ticas &eacute; dificilmente mensur&aacute;vel. Por&eacute;m, facilmente se depreende que algo necessita de ser feito.</span></p> <p style="text-align: justify;">&nbsp;</p> 2007-07-16 Manuel Fernandes oportunidade-do-qren-2007-2013-para-as-freguesias Oportunidade do QREN 2007-2013 para as Freguesias <p style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; line-height: 150%;">Como em qualquer outra entidade p&uacute;blica neste pa&iacute;s, tamb&eacute;m as freguesias foram alvo de cortes no seu financiamento. Neste sentido, &eacute; necess&aacute;rio contornar estas dificuldades sem p&ocirc;r em causa o normal funcionamento destas institui&ccedil;&otilde;es. </span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; line-height: 150%;">Uma das primeiras preocupa&ccedil;&otilde;es dos autarcas, quando se deparam com avultados cortes por parte dos &oacute;rg&atilde;os municipais e da Administra&ccedil;&atilde;o Central, passa pela necessidade de equipar a freguesia com as infra-estruturas necess&aacute;rias ou com a reabilita&ccedil;&atilde;o do seu patrim&oacute;nio, medidas essas que requerem sempre um grande esfor&ccedil;o financeiro aut&aacute;rquico. A solu&ccedil;&atilde;o, que n&atilde;o pode passar por aumento das receitas, pois nem o enquadramento legal das Freguesias nem a sua dimens&atilde;o o permite, ter&aacute; de passar por uma gest&atilde;o mais rigorosa e moderna e por outras formas de financiamento alternativas (que podem ser provenientes de fundos de apoio comunit&aacute;rio).</span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; line-height: 150%;">No entanto, as boas pr&aacute;ticas de gest&atilde;o podem resolver pequenos problemas de tesouraria ou a pr&oacute;pria manuten&ccedil;&atilde;o do espa&ccedil;o e dos servi&ccedil;os, mas n&atilde;o o problema das infra-estruturas. Aqui, as alternativas n&atilde;o s&atilde;o muitas e as que existem ainda est&atilde;o em fase de implementa&ccedil;&atilde;o. Falo do Quadro de Referencia Estrat&eacute;gico Nacional para 2007-2013, que ir&aacute; ser assinado com a Comiss&atilde;o Europeia j&aacute; no pr&oacute;ximo dia 2 de Julho pelo Governo Portugu&ecirc;s, depois de ter sido j&aacute; ter sido aprovado o modelo de governa&ccedil;&atilde;o e os respectivos programas operacionais que sustentam este instrumento financeiro que envolve verbas no valor de 40 mil milh&otilde;es de euros.</span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; line-height: 150%;">No &acirc;mbito do QREN, foram estabelecidos objectivos priorit&aacute;rios de interven&ccedil;&atilde;o reflectidos em tr&ecirc;s Agendas Tem&aacute;ticas: a Agenda Operacional para o Potencial Humano (que interv&eacute;m na forma&ccedil;&atilde;o e qualifica&ccedil;&atilde;o dos portugueses promovendo o emprego e a inclus&atilde;o social); a Agenda Operacional para os Factores de Competitividade da Economia (que privilegia a aposta na inova&ccedil;&atilde;o e no desenvolvimento tecnol&oacute;gico do tecido empresarial portugu&ecirc;s bem como o est&iacute;mulo do empreendedorismo); e, por fim, a Agenda Operacional para a Valoriza&ccedil;&atilde;o Territorial (que pretende melhorar as condi&ccedil;&otilde;es de atractividade para o investimento produtivo das regi&otilde;es e sub-regi&otilde;es do pa&iacute;s, bem como a qualidade de vida dos portugueses atrav&eacute;s de apoios ao n&iacute;vel das infra-estruturas e equipamentos essenciais &agrave; qualifica&ccedil;&atilde;o dos territ&oacute;rios e ao refor&ccedil;o da coes&atilde;o econ&oacute;mica e social). </span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; line-height: 150%;">Estas Agendas est&atilde;o concretizadas em programas operacionais, dentro dos quais s&atilde;o de destacar aqueles que mais se enquadram com os objectivos e ambi&ccedil;&otilde;es das freguesias: o Programa Operacional Tem&aacute;tico Valoriza&ccedil;&atilde;o do Territ&oacute;rio e o Programa Operacional Regional do Norte. O primeiro estar&aacute; assente em sete eixos priorit&aacute;rios e com uma aposta mais concreta na constru&ccedil;&atilde;o de redes e equipamentos estruturantes, na preven&ccedil;&atilde;o, gest&atilde;o e monitoriza&ccedil;&atilde;o de riscos naturais e tecnol&oacute;gicos, infra-estruturas para a conectividade e a qualifica&ccedil;&atilde;o territorial e em equipamentos e ac&ccedil;&otilde;es inovadoras para o desenvolvimento urbano. No segundo programa, onde os princ&iacute;pios de orienta&ccedil;&atilde;o estrat&eacute;gica e operacional s&atilde;o baseados em crit&eacute;rios de localiza&ccedil;&atilde;o, a sua prioridade assenta nos seguintes factores: a promo&ccedil;&atilde;o da competitividade, da inova&ccedil;&atilde;o e do conhecimento atrav&eacute;s da consolida&ccedil;&atilde;o dos servi&ccedil;os regionais de suporte &agrave; inova&ccedil;&atilde;o e no apoio &agrave; cria&ccedil;&atilde;o de <i>clusters</i> emergentes e de empresas de base tecnol&oacute;gica; na qualifica&ccedil;&atilde;o ambiental e valoriza&ccedil;&atilde;o econ&oacute;mica dos recursos naturais e culturais; na qualifica&ccedil;&atilde;o do sistema urbano atrav&eacute;s da promo&ccedil;&atilde;o de opera&ccedil;&otilde;es para excel&ecirc;ncia urbana, opera&ccedil;&otilde;es integradas em zonas priorit&aacute;rias de regenera&ccedil;&atilde;o urbana e promo&ccedil;&atilde;o da mobilidade urbana; a valoriza&ccedil;&atilde;o do territ&oacute;rio para a coes&atilde;o atrav&eacute;s da melhoria da igualdade de oportunidades e na equidade de acesso aos servi&ccedil;os p&uacute;blicos e a infra-estruturas; a governa&ccedil;&atilde;o e a capacita&ccedil;&atilde;o institucional visando a moderniza&ccedil;&atilde;o do governo electr&oacute;nico e a rela&ccedil;&atilde;o entre o cidad&atilde;o e a Administra&ccedil;&atilde;o P&uacute;blica. </span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; line-height: 150%;">Estes programas podem permitir que as freguesias formatem poss&iacute;veis solu&ccedil;&otilde;es para as algumas das suas car&ecirc;ncias, atrav&eacute;s de candidaturas cujos projectos assumam o interesse e a import&acirc;ncia necess&aacute;ria para que o respectivo financiamento possa contribuir para suprir o que nem o Governo nem os Munic&iacute;pios podem responder. Neste sentido, fica a sugest&atilde;o para todos os autarcas estejam atentos &agrave;s oportunidades do QREN 2007-2013 (www.qren.pt).</span></p> <p style="text-align: justify;">&nbsp;</p> 2007-06-25 André Costa o-plano-de-negocios O Plano de Negócios <p style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; line-height: 150%;">Os tempos s&atilde;o de mudan&ccedil;a no mundo dos neg&oacute;cios, o que tem obrigado todo o tecido empresarial a reequacionar estrat&eacute;gias, filosofias e atitudes. Se nos centrarmos no universo das micro, pequenas e m&eacute;dias empresas, facilmente encontramos exemplos em que o esfor&ccedil;o dos empres&aacute;rios n&atilde;o tem sido suficiente para ultrapassar a abordagem emp&iacute;rica com que encaram as exig&ecirc;ncias actuais de uma competitividade global. De facto, s&oacute; uma atitude empreendedora, inovadora e, sempre que poss&iacute;vel, qualificada, poder&aacute; marcar a diferen&ccedil;a e apresentar-se como um factor-chave para o t&atilde;o desejado sucesso da economia portuguesa. </span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; line-height: 150%;">Ao longo dos &uacute;ltimos anos, tem-se verificado que o n&uacute;mero de &ldquo;empreendedores&rdquo; tem crescido consideravelmente no nosso pa&iacute;s. Entenda-se &ldquo;empreendedor&rdquo; como aquele que &eacute; capaz de conhecer e p&ocirc;r em pr&aacute;tica ideias inovadoras atrav&eacute;s da detec&ccedil;&atilde;o e aproveitamento econ&oacute;mico de oportunidades. Joseph Schumpeter afirma que um &ldquo;empreendedor&rdquo; &eacute; &ldquo;uma pessoa que entra em ruptura com a ordem econ&oacute;mica existente atrav&eacute;s da introdu&ccedil;&atilde;o de novos produtos e servi&ccedil;os, da cria&ccedil;&atilde;o de novas formas de organiza&ccedil;&atilde;o, ou da explora&ccedil;&atilde;o e utiliza&ccedil;&atilde;o de novas mat&eacute;rias-primas. Esta ruptura pode ser realizada atrav&eacute;s da cria&ccedil;&atilde;o de novas empresas, ou atrav&eacute;s das altera&ccedil;&otilde;es na empresa em que trabalha&rdquo;.</span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; line-height: 150%;">Antes de decidir criar a sua pr&oacute;pria empresa, o potencial &ldquo;empreendedor&rdquo; - algu&eacute;m que se apercebe de uma oportunidade e que cria uma empresa para a poder aproveitar numa perspectiva rent&aacute;vel e sustent&aacute;vel - dever&aacute; estar ciente das suas motiva&ccedil;&otilde;es para que possa evitar decis&otilde;es precipitadas e, muito possivelmente, erros graves. Este processo deve ser encarado atrav&eacute;s da feitura de um Plano de Neg&oacute;cios. Em regra, estas pessoas come&ccedil;am um neg&oacute;cio quando conhecem muito bem um produto, um segmento de mercado ou um determinado sector empresarial, ou ent&atilde;o, porque t&ecirc;m alguma reserva financeira dispon&iacute;vel, porque querem ser os seus pr&oacute;prios patr&otilde;es ou porque t&ecirc;m dificuldades em voltar ao mercado de trabalho. O problema &eacute; que, por vezes, n&atilde;o conseguem encontrar a melhor forma de passar da ideia ao neg&oacute;cio, n&atilde;o amadurecendo suficientemente o seu projecto empresarial e correndo riscos desnecess&aacute;rios ou imponderados.</span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; line-height: 150%;">O Plano de Neg&oacute;cios de uma empresa (tamb&eacute;m conhecido por <i>Business Plan</i>) &eacute; um elemento fundamental para a sua concep&ccedil;&atilde;o, para o seu crescimento e para um desenvolvimento que se quer sustentado (a m&eacute;dio e longo prazo). O Plano de Neg&oacute;cios traduz-se num estudo que resulta, naturalmente, de uma articula&ccedil;&atilde;o perfeita entre as diferentes &aacute;reas funcionais de uma empresa de forma a assegurarem a contribui&ccedil;&atilde;o necess&aacute;ria ao alcance dos objectivos estrat&eacute;gicos delineados. A prepara&ccedil;&atilde;o de um documento desta natureza e o modelo que lhe est&aacute; subjacente, exigem um trabalho de reflex&atilde;o de grande responsabilidade sobre o neg&oacute;cio em causa. </span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; line-height: 150%;">A concep&ccedil;&atilde;o de um <i>Business Plan</i> envolve uma an&aacute;lise profunda ao mercado onde a empresa se insere e &agrave; concorr&ecirc;ncia que lhe est&aacute; associada. Paralelamente, &eacute; tamb&eacute;m feita uma an&aacute;lise &agrave; vertente interna da empresa, nomeadamente: portf&oacute;lio de actividades, estrutura, organiza&ccedil;&atilde;o e respectivos recursos (humanos, financeiros e tecnol&oacute;gicos) que lhe est&atilde;o afectos para o desempenho da sua actividade. Aqui, podemos falar em cadeia de cria&ccedil;&atilde;o de valor, de onde se extrai informa&ccedil;&atilde;o relativa &agrave;s amea&ccedil;as e oportunidades da empresa no mercado e a n&iacute;vel interno os pontos fortes e pontos fracos. </span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; line-height: 150%;">Ap&oacute;s este diagn&oacute;stico, &eacute; feita uma reflex&atilde;o sobre os factores cr&iacute;ticos de sucesso, ou seja, os aspectos diferenciadores no mercado que podem contribuir para o sucesso da empresa e que a distingue de forma positiva da concorr&ecirc;ncia. &Eacute; ainda necess&aacute;rio, definir uma estrat&eacute;gia de mercado a partir dos dados acima referidos. Ap&oacute;s conhecidas as caracter&iacute;sticas e potencialidades da empresa, o &ldquo;empreendedor&rdquo; dever&aacute; desenhar uma estrat&eacute;gia para conquistar o seu mercado e chegar ao seu p&uacute;blico-alvo. Por &uacute;ltimo, importa fazer um levantamento de necessidades e equacionar previs&otilde;es/cen&aacute;rios (o mais realistas poss&iacute;veis), traduzindo toda a informa&ccedil;&atilde;o elaborada at&eacute; ent&atilde;o em linguagem financeira (n&atilde;o obstante todo o trabalho desenvolvido pelo promotor do projecto ao longo das v&aacute;rias etapas referidas, a elabora&ccedil;&atilde;o de um Plano de Neg&oacute;cios deve ser sempre monitorizada por um consultor especializado). </span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; line-height: 150%;">Em suma, o Plano de Neg&oacute;cios &eacute; o principal documento de estrutura&ccedil;&atilde;o e apresenta&ccedil;&atilde;o de um projecto empresarial. Para o &ldquo;empreendedor&rdquo;, o Plano de Neg&oacute;cios deve ser tamb&eacute;m um instrumento de trabalho bastante importante, que agrega e sistematiza informa&ccedil;&atilde;o de grande utilidade para a concretiza&ccedil;&atilde;o do projecto empresarial (antecipando at&eacute; a resolu&ccedil;&atilde;o de muitos problemas poss&iacute;veis). Trata-se de um estudo que serve de suporte &agrave; aprova&ccedil;&atilde;o de cr&eacute;dito banc&aacute;rio, apresenta&ccedil;&atilde;o da empresa a investidores, candidaturas a programas de apoio e incentivo, estabelecimento de parcerias e representa&ccedil;&atilde;o de marcas, concursos p&uacute;blicos, etc. Simultaneamente, o Plano de Neg&oacute;cios pode e deve ser encarado como uma ferramenta de gest&atilde;o, at&eacute; porque se for encarado como um &ldquo;gui&atilde;o&rdquo;, ou seja se for cumprido, estar&aacute; no m&iacute;nimo garantida a viabilidade econ&oacute;mico-financeira do projecto. Em consequ&ecirc;ncia, torna-se imperiosa uma actualiza&ccedil;&atilde;o peri&oacute;dica do Plano de Neg&oacute;cios de qualquer empresa. </span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; line-height: 150%;">Contudo, em virtude de conter de forma muito expl&iacute;cita todo o &ldquo;segredo do neg&oacute;cio&rdquo;, aconselha-se uma utiliza&ccedil;&atilde;o prudente de um documento desta natureza.</span></p> <p style="text-align: justify;">&nbsp;</p> 2007-05-28 Nuno Pinto Bastos o-controlo-de-gestao O Controlo de Gestão <p style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; line-height: 150%;">O controlo de gest&atilde;o tem assumido nos &uacute;ltimos anos, um papel progressivamente relevante na gest&atilde;o empresarial, com destaque para a vertente da gest&atilde;o, medi&ccedil;&atilde;o e monitoriza&ccedil;&atilde;o da performance. De um controlo de gest&atilde;o eminentemente financeiro, evoluiu-se para um controlo de gest&atilde;o estrat&eacute;gico, operacional e financeiro.</span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; line-height: 150%;">Esta relev&acirc;ncia, encontra justifica&ccedil;&atilde;o na complexidade dos problemas de gest&atilde;o (quer a n&iacute;vel interno como ao n&iacute;vel do meio ambiente) e nas necessidades em melhorar continuamente o desempenho e optimizar resultados. Daqui, resulta uma maior necessidade de descentraliza&ccedil;&atilde;o de poderes e responsabilidades para a concretiza&ccedil;&atilde;o da vis&atilde;o estrat&eacute;gica definida, a fim de melhorar a efici&ecirc;ncia e efic&aacute;cia da empresa. Mas, a descentraliza&ccedil;&atilde;o exige uma maior coordena&ccedil;&atilde;o global dos recursos econ&oacute;mico-financeiros, materiais, humanos e de informa&ccedil;&atilde;o.</span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; line-height: 150%;">Como s&oacute; pode ser melhorado o que pode ser medido, torna-se imprescind&iacute;vel implementar um sistema que me&ccedil;a o desempenho global: por &aacute;rea de neg&oacute;cio, por produto, por cliente, por canal de distribui&ccedil;&atilde;o, por respons&aacute;vel, entre outros. A concep&ccedil;&atilde;o, desenvolvimento e implementa&ccedil;&atilde;o de um sistema de controlo de gest&atilde;o, pressup&otilde;e um correcto diagn&oacute;stico das condi&ccedil;&otilde;es de implementa&ccedil;&atilde;o. Em consequ&ecirc;ncia, torna-se fundamental desenvolver uma metodologia de diagn&oacute;stico necess&aacute;ria para o lan&ccedil;amento/reformula&ccedil;&atilde;o do sistema de controlo de gest&atilde;o.</span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; line-height: 150%;">A partir desse diagn&oacute;stico, h&aacute; que identificar os instrumentos que existem e as limita&ccedil;&otilde;es da empresa para se definir um plano de ac&ccedil;&atilde;o do controlo de gest&atilde;o que ter&aacute; necessariamente de evoluir em fun&ccedil;&atilde;o das modifica&ccedil;&otilde;es estruturais, da evolu&ccedil;&atilde;o dos recursos humanos, do crescimento da organiza&ccedil;&atilde;o, etc. No entanto, n&atilde;o deve transformar-se numa burocracia que reduza a flexibilidade (n&atilde;o devem proliferar regulamentos, procedimentos e documentos) ou limite a capacidade de inova&ccedil;&atilde;o/reinven&ccedil;&atilde;o. Os instrumentos de controlo s&oacute; s&atilde;o necess&aacute;rios e &uacute;teis: se corresponderem &agrave;s preocupa&ccedil;&otilde;es dos respons&aacute;veis operacionais; se forem flex&iacute;veis para acompanharem as muta&ccedil;&otilde;es da actividade da empresa; se o seu custo for compat&iacute;vel; e, se forem realizados &ldquo;just in time&rdquo; e &ldquo;just in place&rdquo;, sob pena de originarem conclus&otilde;es obsoletas no tempo.</span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; line-height: 150%;">&Eacute; assim necess&aacute;rio que, cada vez mais, os dirigentes e gestores de empresas passem a dispor destas &quot;ferramentas de vanguarda&rdquo; da Orienta&ccedil;&atilde;o Estrat&eacute;gica e do Controlo de Gest&atilde;o, por forma a potenciarem as suas compet&ecirc;ncias e capacidades de an&aacute;lise, assegurando o alcance dos objectivos empresariais. De entre essas ferramentas, as que mais se destacam actualmente s&atilde;o: o &ldquo;Tableaux de Bord&rdquo;, o &ldquo;Balance Scorecard&rdquo;, o &ldquo;OVAR&rdquo; (Objectivos, Vari&aacute;veis-chave, Ac&ccedil;&otilde;es e Respons&aacute;veis) e o &ldquo;EVA&rdquo; (Economic Value Added).</span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; line-height: 150%;">Atrav&eacute;s destas ferramentas, podem conseguir-se in&uacute;meras vantagens, tais como: f&aacute;cil orienta&ccedil;&atilde;o para a quantifica&ccedil;&atilde;o dos objectivos, meios e factores cr&iacute;ticos (internos e/ou externos); melhor medi&ccedil;&atilde;o da performance das pessoas e departamentos em m&uacute;ltiplas vertentes (financeiras e n&atilde;o financeiras); adequar os indicadores &agrave;s responsabilidades (personaliza&ccedil;&atilde;o); promover uma melhor comunica&ccedil;&atilde;o motivando o di&aacute;logo interno; constituir as bases para a compara&ccedil;&atilde;o com as metas previstas fixadas; servir de base &agrave; avalia&ccedil;&atilde;o para a determina&ccedil;&atilde;o dos montantes de pr&eacute;mios e incentivos (se aplic&aacute;vel); seleccionar um n&uacute;mero limitado de dados importantes; privilegiar a rapidez de obten&ccedil;&atilde;o das informa&ccedil;&otilde;es; proporcionar informa&ccedil;&otilde;es para ac&ccedil;&otilde;es a curto prazo; entre outras.</span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; line-height: 150%;">O controlo de gest&atilde;o assume-se assim com um factor preponderante para a excel&ecirc;ncia das organiza&ccedil;&otilde;es.</span></p> <p style="text-align: justify;">&nbsp;</p> 2007-04-16 Manuel Fernandes imposto-sobre-o-rendimento-das-pessoas-singulares Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares <p style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; line-height: 150%;">Uma vez chegada esta altura do ano, grande parte dos contribuintes sente a necessidade de procurar um especialista em mat&eacute;ria de I.R.S.. Esta situa&ccedil;&atilde;o acontece uma vez que existem contribuintes que sentem a necessidade de serem esclarecidos acerca de determinados pormenores no preenchimento de uma declara&ccedil;&atilde;o modelo 3 de I.R.S.. &Eacute; neste sentido que a Edit Value - Consultoria Empresarial Lda, Spin-off Acad&eacute;mico da Universidade do Minho, tem promovido nos &uacute;ltimos anos um curso pr&aacute;tico sobre I.R.S.. O objectivo passa por alertar todos os interessados para aqueles aspectos que podem fazer a diferen&ccedil;a no preenchimento da nossa pr&oacute;pria declara&ccedil;&atilde;o de I.R.S..</span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; line-height: 150%;">&Eacute; verdade que, para a maioria dos contribuintes (ou seja, para aqueles que trabalham por conta de outrem), o preenchimento da referida declara&ccedil;&atilde;o n&atilde;o tem grande segredo, na medida em que lhes basta ler as instru&ccedil;&otilde;es e preencher os campos respectivos da folha de rosto e do anexo A ao modelo 3 de I.R.S.. No entanto, quando o contribuinte se depara com uma situa&ccedil;&atilde;o em que, por exemplo, para al&eacute;m do seu trabalho por conta de outrem tamb&eacute;m aufere rendimentos atrav&eacute;s dos designados &ldquo;recibos verdes&rdquo; (e cujos recibos tenham sido emitidos apenas para uma &uacute;nica entidade), ent&atilde;o nestas situa&ccedil;&otilde;es &eacute; necess&aacute;rio verificar se compensa optar pela tributa&ccedil;&atilde;o segundo as regras estabelecidas para a categoria A. Ora, para o contribuinte comum, saber se lhe &eacute; favor&aacute;vel ou n&atilde;o optar pelas regras de c&aacute;lculo estabelecidas para a categoria A acaba por ser uma quest&atilde;o de sorte, na medida em que muito provavelmente at&eacute; considera que a op&ccedil;&atilde;o afirmativa ser&aacute; a sua melhor decis&atilde;o. No entanto, cada caso &eacute; um caso, e s&oacute; percebendo a forma de c&aacute;lculo deste imposto &eacute; que o contribuinte estar&aacute; apto a definir a sua melhor op&ccedil;&atilde;o. </span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; line-height: 150%;">Desengane-se o contribuinte que diz que &ldquo;essas coisas s&atilde;o para o meu contabilista&rdquo;, uma vez que nem sempre existe a forma&ccedil;&atilde;o necess&aacute;ria para aconselhar nestas situa&ccedil;&otilde;es. Isto acontece, muito por for&ccedil;a dos planos curriculares de alguns cursos superiores n&atilde;o contemplarem nos respectivos programas um m&oacute;dulo relativo ao I.R.S. que, por si s&oacute;, j&aacute; se trata de um imposto complexo por enquadrar as mais diversas situa&ccedil;&otilde;es relativamente &agrave; obten&ccedil;&atilde;o de rendimentos por parte do sujeito passivo.</span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; line-height: 150%;">&Eacute; de salientar que, acima de tudo, &eacute; necess&aacute;ria uma actualiza&ccedil;&atilde;o permanente nestas quest&otilde;es, se n&atilde;o veja-se: em 2005 n&atilde;o foram considerados como benef&iacute;cios fiscais os valores entregues para dep&oacute;sito em contas poupan&ccedil;a-reforma, mas em 2006 esta situa&ccedil;&atilde;o j&aacute; se encontra contemplada embora com algumas limita&ccedil;&otilde;es relacionadas com a idade do sujeito passivo; outra situa&ccedil;&atilde;o semelhante &eacute; o caso da aquisi&ccedil;&atilde;o de computadores, que em 2005 n&atilde;o era considerada mas em 2006 j&aacute; &eacute; contemplada mas tamb&eacute;m com algumas limita&ccedil;&otilde;es. </span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; line-height: 150%;">Para al&eacute;m disto, &eacute; comum o sujeito passivo incluir como dedu&ccedil;&atilde;o &agrave; colecta todas as despesas que teve com f&aacute;rmacos n&atilde;o separando devidamente os produtos que incluem 5% de IVA daqueles que incluem 21% de IVA. Ora, importa aqui evidenciar que estas despesas que incluem 21% de IVA s&oacute; poder&atilde;o ser consideradas como dedu&ccedil;&atilde;o &agrave; colecta se forem acompanhadas de receita m&eacute;dica. No entanto, existem algumas incongru&ecirc;ncias no mercado, nomeadamente, temos o exemplo do soro fisiol&oacute;gico, na medida em que se adquirirmos uma embalagem pequena deste produto, esta &eacute; tributada em IVA a 21%, mas se adquirirmos uma embalagem de meio litro, esta j&aacute; ser&aacute; tributada em IVA a 5%. </span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; line-height: 150%;">Dada a natureza deste imposto, o I.R.S. pretende tamb&eacute;m atender &agrave; situa&ccedil;&atilde;o concreta de cada sujeito passivo, ou seja, se tem maior ou menor solidez econ&oacute;mica, qual a constitui&ccedil;&atilde;o do seu agregado familiar e se &eacute; solteiro ou casado. No caso das dedu&ccedil;&otilde;es &agrave; colecta, s&atilde;o consideradas limita&ccedil;&otilde;es em fun&ccedil;&atilde;o do estado civil do sujeito passivo e, como &eacute; &oacute;bvio, os limites de valores a deduzir para os casados ser&atilde;o mais elevados, contrariamente aos limites para solteiros que ser&atilde;o inferiores. No entanto, podemos observar uma situa&ccedil;&atilde;o em que compensa estar solteiro: dois solteiros que paguem juros e amortiza&ccedil;&atilde;o de d&iacute;vidas contra&iacute;das para obten&ccedil;&atilde;o da mesma casa como habita&ccedil;&atilde;o pr&oacute;pria e permanente podem deduzir 30% desse valor at&eacute; ao limite de 562 euros em cada uma das suas declara&ccedil;&otilde;es de I.R.S.; mas se casarem, apenas poder&atilde;o deduzir 562 euros (os dois), uma vez que a declara&ccedil;&atilde;o nesta situa&ccedil;&atilde;o &eacute; preenchida em conjunto e neste tipo de dedu&ccedil;&atilde;o &agrave; colecta n&atilde;o h&aacute; diferencia&ccedil;&atilde;o entre casados e solteiros.</span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; line-height: 150%;">Para al&eacute;m destas situa&ccedil;&otilde;es referenciadas, muitas outras poder&iacute;amos evidenciar, restando-nos apenas esperar que o legislador fique mais atento e proceda &agrave; simplifica&ccedil;&atilde;o de diversos procedimentos, para que cada um dos contribuintes tenha consci&ecirc;ncia dos factos que declara e perceba todo o mecanismo de tributa&ccedil;&atilde;o de um modo mais simples e claro.</span></p> <p style="text-align: justify;">&nbsp;</p> 2007-03-20 Carla Silva formacao-e-competencias-nas-freguesias Formação e Competências nas Freguesias <p style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; line-height: 150%;">Actualmente, os &oacute;rg&atilde;os executivos das freguesias deparam-se com a crescente necessidade de recorrer a servi&ccedil;os especializados e, consequentemente, &agrave; interven&ccedil;&atilde;o de pessoas especializadas em diversas mat&eacute;rias como o direito, as finan&ccedil;as, a gest&atilde;o estrat&eacute;gica ou at&eacute; mesmo, a engenharia civil. O executivo v&ecirc;-se confrontado quase diariamente com decis&otilde;es que envolvem estas &aacute;reas tem&aacute;ticas. Por exemplo, a execu&ccedil;&atilde;o do or&ccedil;amento da institui&ccedil;&atilde;o pode implicar conhecimentos espec&iacute;ficos de POCAL &ndash; Plano Oficial de Contabilidade das Autarquias Locais, para que seja poss&iacute;vel existir transpar&ecirc;ncia e controlo nas contas da autarquia, manter o equil&iacute;brio or&ccedil;amental ou at&eacute;, para eventuais modifica&ccedil;&otilde;es or&ccedil;amentais.</span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; line-height: 150%;">Outras mat&eacute;rias que requerem pleno dom&iacute;nio de quem as trata, passam, por exemplo, pela elabora&ccedil;&atilde;o de concursos p&uacute;blicos ou publicita&ccedil;&otilde;es de ofertas de trabalho que exigem conhecimento da legisla&ccedil;&atilde;o laboral e onde as freguesias, sendo entidades p&uacute;blicas, t&ecirc;m obriga&ccedil;&otilde;es acrescidas. Tamb&eacute;m as situa&ccedil;&otilde;es de lit&iacute;gio que envolvem as freguesias e o seu patrim&oacute;nio (ou outros interesses) requerem o acompanhamento do executivo, o qual s&oacute; com um amplo conhecimento da Lei conseguir&aacute; salvaguardar os intentos da Freguesia. </span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; line-height: 150%;">O pr&oacute;prio acesso &agrave;s Tecnologias de Informa&ccedil;&atilde;o e Comunica&ccedil;&atilde;o, que visa aproximar e facilitar o contacto entre a institui&ccedil;&atilde;o e os habitantes (caso da Internet) &eacute; muitas vezes um problema para o executivo. Tamb&eacute;m a gest&atilde;o mais correcta do patrim&oacute;nio da autarquia, n&atilde;o se limita nos dias que correm a um mero invent&aacute;rio peri&oacute;dico, realizado num bloco de notas ou numa folha de c&aacute;lculo. As exig&ecirc;ncias actuais levam-nos para a utiliza&ccedil;&atilde;o de bases de dados mais sofisticadas e completas. No entanto, as compet&ecirc;ncias necess&aacute;rias n&atilde;o ficam por aqui, pois tamb&eacute;m passam pela pr&oacute;pria engenharia civil, principalmente quando s&atilde;o abordadas as velhas quest&otilde;es de saneamento, dos acessos rodovi&aacute;rios ou das instala&ccedil;&otilde;es el&eacute;ctricas. </span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; line-height: 150%;">A solu&ccedil;&atilde;o, que &agrave; partida at&eacute; parece simples, passaria pela integra&ccedil;&atilde;o de quadros superiores vocacionados para as &aacute;reas referidas. Uma vez recrutados, tenho a convic&ccedil;&atilde;o de que n&atilde;o lhes faltaria trabalho pois encontrariam diariamente in&uacute;meras tarefas da sua compet&ecirc;ncia. A outra solu&ccedil;&atilde;o, passaria pela subcontrata&ccedil;&atilde;o de servi&ccedil;os especializados. Por&eacute;m, s&atilde;o poucas as freguesias neste pa&iacute;s que t&ecirc;m capacidade financeira para recorrer a estas solu&ccedil;&otilde;es. Tamb&eacute;m n&atilde;o poderemos esperar que todos estes executivos sejam compostos por pessoas com estas qualifica&ccedil;&otilde;es. Ou seja, os executivos das freguesias t&ecirc;m de optar por outras solu&ccedil;&otilde;es mais compat&iacute;veis com os seus or&ccedil;amentos.</span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; line-height: 150%;">Assim sendo, acredito que o caminho poder&aacute; passar por mais forma&ccedil;&atilde;o espec&iacute;fica e devidamente orientada para as freguesias (tanto para o executivo como para o seus funcion&aacute;rios, caso existam). Este tipo de forma&ccedil;&atilde;o, mais espec&iacute;fica e dirigida, deveria passar pelas boas pr&aacute;ticas de gest&atilde;o, sem esquecer o conhecimento da legisla&ccedil;&atilde;o que afecta sobremaneira o funcionamento das freguesias (&oacute;rg&atilde;os e compet&ecirc;ncias das freguesias previstos na Constitui&ccedil;&atilde;o da Rep&uacute;blica Portuguesa, legisla&ccedil;&atilde;o laboral no que toca a concursos p&uacute;blicos e recrutamento de pessoal, enquadramento legal das finan&ccedil;as p&uacute;blicas, entre outras mat&eacute;rias do foro legal que possam envolver situa&ccedil;&otilde;es de lit&iacute;gio por exemplo) e o dom&iacute;nio das Tecnologias de Informa&ccedil;&atilde;o e Comunica&ccedil;&atilde;o (dado n&atilde;o devermos limitar a freguesia a uma mera utiliza&ccedil;&atilde;o do correio electr&oacute;nico ou &agrave; j&aacute; conhecida disponibiliza&ccedil;&atilde;o de computadores com liga&ccedil;&atilde;o &agrave; web). </span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; line-height: 150%;">Estas s&atilde;o apenas algumas das muitas necessidades de forma&ccedil;&atilde;o essenciais para o crescimento e desenvolvimento sustentado destas institui&ccedil;&otilde;es que s&atilde;o tantas vezes esquecidas. Por isso mesmo, deixo-vos com uma quest&atilde;o cuja resposta n&atilde;o ser&aacute; imediata: quem deveria financiar estas ac&ccedil;&otilde;es de forma&ccedil;&atilde;o?</span></p> <p style="text-align: justify;">&nbsp;</p> 2007-03-13 André Costa benchmarking-e-boas-praticas Benchmarking e Boas Práticas <p style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; line-height: 150%;">O nome &ldquo;Benchmarking&rdquo; ainda &eacute; considerado por muitos como um &ldquo;palavr&atilde;o&rdquo;. Importa por isso dizer que o &ldquo;Benchmarking&rdquo; mais n&atilde;o &eacute; do que um processo cont&iacute;nuo de compara&ccedil;&atilde;o de produtos, servi&ccedil;os e pr&aacute;ticas empresariais entre os mais fortes concorrentes (ou empresas reconhecidas como l&iacute;deres).</span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; line-height: 150%;">O &ldquo;Benchmarking&rdquo; apresenta-se-nos como uma importante ferramenta de gest&atilde;o, essencial para avaliar o desempenho das empresas de forma comparativa e sistem&aacute;tica. Atrav&eacute;s dele, procura-se identificar os factores de sucesso/insucesso dentro de uma organiza&ccedil;&atilde;o, associando uma estrat&eacute;gia de actua&ccedil;&atilde;o <i>a posteriori</i>. A sua pr&aacute;tica consiste na pesquisa dos melhores m&eacute;todos utilizados em processos empresariais, com especial destaque para todos aqueles cujo impacto no desempenho permita assegurar vantagens competitivas para a organiza&ccedil;&atilde;o. Isto porque, no &ldquo;Benchmarking&rdquo;, a avalia&ccedil;&atilde;o e compara&ccedil;&atilde;o n&atilde;o representam um fim em si mesmo, mas um meio para apoiar todo o processo de melhoria.</span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; line-height: 150%;">Poder-se-&aacute; dizer que a hist&oacute;ria do &ldquo;Benchmarking&rdquo; come&ccedil;a nos Estados Unidos da Am&eacute;rica, quando em final dos anos 70, o conceito ganha uma verdadeira express&atilde;o e uma ampla notoriedade. A partir de ent&atilde;o, a pr&aacute;tica do &ldquo;Benchmarking&rdquo; espalha-se um pouco por todo mundo, permitindo sustentar a import&acirc;ncia das vantagens competitivas principalmente no tecido empresarial (pois tamb&eacute;m &eacute; aplicado a outro tipo de organiza&ccedil;&otilde;es). Em consequ&ecirc;ncia, esta ferramenta veio exigir uma atitude pr&oacute;-activa, atrav&eacute;s de uma abordagem sistem&aacute;tica e estruturada, de um processo cont&iacute;nuo e din&acirc;mico de mudan&ccedil;a com recurso &agrave; incorpora&ccedil;&atilde;o das melhores pr&aacute;ticas empresariais. </span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; line-height: 150%;">O &ldquo;Benchmarking&rdquo; pretende garantir que os objectivos s&atilde;o definidos a partir das denominadas &ldquo;boas pr&aacute;ticas&rdquo; empresariais (entendidas como as melhores), que possam sustentar desempenhos de excel&ecirc;ncia. De facto, constata-se que a avalia&ccedil;&atilde;o dos resultados permite evidenciar a efic&aacute;cia dos m&eacute;todos, devendo o &ldquo;Benchmarking&rdquo; preocupar-se com a investiga&ccedil;&atilde;o dos processos, em especial daqueles que contribuem inexoravelmente para as performances competitivas. O potencial&nbsp;destas &ldquo;Boas Pr&aacute;ticas&rdquo; enquanto ferramenta de apoio &agrave; gest&atilde;o &eacute; enorme, tornando-se obrigat&oacute;rio para qualquer organiza&ccedil;&atilde;o que deseje melhorar os seus produtos, servi&ccedil;os, processos e resultados. H&aacute; v&aacute;rias d&eacute;cadas que o &ldquo;Benchmarking&rdquo; &eacute; utilizado por empresas multinacionais, contribuindo significativamente para a competitividade e excel&ecirc;ncia destes &ldquo;gigantes&rdquo;. </span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; line-height: 150%;">Em suma, o &ldquo;Benchmarking&rdquo;&nbsp; traduz-se num vasto leque de&nbsp;vantagens para as empresas, especialmente porque: introduz novos conceitos de avalia&ccedil;&atilde;o; melhora o conhecimento organizacional; identifica as &aacute;reas a melhorar; estabelece objectivos vi&aacute;veis e realistas; cria crit&eacute;rios de prioridade no planeamento; favorece um melhor conhecimento dos concorrentes e do n&iacute;vel competitivo do mercado; e, assim permite aprender com os melhores.</span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; line-height: 150%;">O desafio que se coloca neste momento, num enquadramento com a actual conjectura econ&oacute;mico-social de um pa&iacute;s como Portugal, passa por estender a filosofia do &ldquo;Benchmarking e Boas Pr&aacute;ticas&rdquo; (metodologia adoptada pelo IAPMEI &ndash; Instituto de Apoio &agrave;s Pequenas e M&eacute;dias Empresas e ao Investimento) ao universo das micro, das pequenas e das m&eacute;dias empresas por forma potenciar a competitividade nacional&hellip; At&eacute; porque, 99,9% do tecido empresarial nacional &eacute; composto por PME&rsquo;s.</span></p> <p style="text-align: justify;">&nbsp;</p> 2007-02-20 Nuno Pinto Bastos reforma-da-tributacao-do-patrimonio Reforma da Tributação do Património <p style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; line-height: 150%;">A fiscalidade local imobili&aacute;ria (nova &aacute;rea da fiscalidade), tem por fundamento econ&oacute;mico-financeiro, a necessidade de onerar os que promovem os planos de constru&ccedil;&atilde;o (loteadores e construtores), uma vez que, ao constru&iacute;rem e urbanizarem, d&atilde;o origem a que os munic&iacute;pios gastem mais com equipamentos colectivos (estradas, saneamento, estacionamento, espa&ccedil;os verdes, escolas, hospitais, entre outros). Procurou-se pois, criar impostos ligados ao urbanismo, pr&aacute;tica generalizada em quase todos os pa&iacute;ses europeus, incluindo Portugal.</span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; line-height: 150%;">O Governo chefiado pelo ex-Primeiro-Ministro Dr. Dur&atilde;o Barroso procedeu, no ano de 2003, &agrave; Reforma da Tributa&ccedil;&atilde;o do Patrim&oacute;nio, aprovando os novos C&oacute;digos do Imposto Municipal de Im&oacute;veis (IMI) e do Imposto Municipal de Transac&ccedil;&otilde;es (IMT), e republicou o C&oacute;digo do Imposto de Selo (IS) com algumas altera&ccedil;&otilde;es atrav&eacute;s da publica&ccedil;&atilde;o do Decreto-Lei n.&ordm; 287/2003, de 12 de Novembro (e restante legisla&ccedil;&atilde;o complementar, cito Portarias 1282/2003; </span><span style="font-size: 10pt; line-height: 150%;">1283/2003;</span><span style="font-size: 10pt; line-height: 150%;"> 1337/2003; 1423-H/2003; 894/2004; 895/2004; 975/2004; 982/2004 e 99/2005).</span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; line-height: 150%;">Esta reforma aconteceu para inverter a situa&ccedil;&atilde;o verdadeiramente insustent&aacute;vel sobre a tributa&ccedil;&atilde;o do patrim&oacute;nio existente com a antiga Contribui&ccedil;&atilde;o Aut&aacute;rquica e SISA, procurando introduzir maior equidade fiscal. Neste novo regime, a grande inova&ccedil;&atilde;o centra-se na determina&ccedil;&atilde;o do Valor Patrimonial Tribut&aacute;rio (VPT). &Eacute; efectivamente um dos aspectos fundamentais desta reforma, n&atilde;o s&oacute; por assentar na objectiva&ccedil;&atilde;o (<span style="color: black;">alienando assim a natureza subjectiva </span>das regras de fixa&ccedil;&atilde;o dos valores dos im&oacute;veis), mas tamb&eacute;m pelo facto deste valor passar a ter efeitos relevantes na determina&ccedil;&atilde;o da mat&eacute;ria colect&aacute;vel de outros impostos (IMT, IS, IRS e IRC).</span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; line-height: 150%;">O c&aacute;lculo do valor patrimonial dos pr&eacute;dios urbanos tem por base o custo m&eacute;dio de constru&ccedil;&atilde;o, as &aacute;reas, a localiza&ccedil;&atilde;o, o tipo de constru&ccedil;&atilde;o, as caracter&iacute;sticas intr&iacute;nsecas dos edif&iacute;cios, as infra-estruturas marginantes e a envolvente urban&iacute;stica (VPT = VC * A * CA * CL * CQ * CV, onde, VC = Valor de base dos pr&eacute;dios edificados; A = &Aacute;rea bruta de constru&ccedil;&atilde;o mais a &aacute;rea excedente &agrave; &aacute;rea de implanta&ccedil;&atilde;o; CA = Coeficiente de Afecta&ccedil;&atilde;o; CL = Coeficiente de Localiza&ccedil;&atilde;o; CQ = Coeficiente de qualidade e conforto; CV = Coeficiente de vetustez).</span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; line-height: 150%;">Reconhecia-se na &aacute;rea do patrim&oacute;nio, o atraso tecnol&oacute;gico na sua administra&ccedil;&atilde;o e gest&atilde;o, pelo que se impunha aproveitar a oportunidade de cria&ccedil;&atilde;o de um sistema que beneficiasse de todos os avan&ccedil;os que as novas tecnologias e a desmaterializa&ccedil;&atilde;o dos procedimentos proporcionam, sistema este capaz de gerir a avalia&ccedil;&atilde;o, a liquida&ccedil;&atilde;o, a cobran&ccedil;a e o controlo e de articular-se com a rede de Not&aacute;rios e Conservat&oacute;rias do Registo Predial e com o sistema de licenciamento dos munic&iacute;pios, al&eacute;m de internamente se interligar aos restantes sistemas dos impostos sobre a despesa e o rendimento. Foi o que foi feito. Actualmente, todos os contribuintes podem ir ao site das finan&ccedil;as (http://www.e-financas.gov.pt/SIGIMI/calculos.jsp) calcular o valor patrimonial da casa que adquiriram ou est&atilde;o a pensar adquirir.</span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; line-height: 150%;">Em s&iacute;ntese, e fazendo refer&ecirc;ncia &agrave;s palavras do Dr. Vasco Valdez ex-Secret&aacute;rio de Estado dos Assuntos Fiscais, esta foi uma reforma indispens&aacute;vel para introduzir modernidade nesta esfera da tributa&ccedil;&atilde;o, procurando adoptar-se mecanismos eficazes para combater a evas&atilde;o fiscal existente na tributa&ccedil;&atilde;o do patrim&oacute;nio. &Eacute; pois, bem evidente que a tributa&ccedil;&atilde;o do IMT (o valor isento de IMT na aquisi&ccedil;&atilde;o de pr&eacute;dio urbano ou de frac&ccedil;&atilde;o aut&oacute;noma de pr&eacute;dio urbano destinado exclusivamente a habita&ccedil;&atilde;o &eacute; actualizado para 85.500 euros. S&atilde;o igualmente actualizados, em 2,1% pelo OE 2007, os escal&otilde;es de tributa&ccedil;&atilde;o de IMT aplic&aacute;veis &agrave; aquisi&ccedil;&atilde;o de pr&eacute;dios destinados exclusivamente &agrave; habita&ccedil;&atilde;o) com base no VPT e a redu&ccedil;&atilde;o do n&uacute;mero de anos de 10 para 6 anos (at&eacute; 150.000 euros) como limite m&aacute;ximo de isen&ccedil;&atilde;o do IMI vai pesar significativamente mais no bolso do contribuinte (pr&eacute;dios urbanos avaliados nos termos do C&oacute;digo do IMI 0,2% a 0,5%).</span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; line-height: 150%;">Por ser uma norma que prev&ecirc; a sua aplica&ccedil;&atilde;o gradual (<span style="color: black;">a cl&aacute;usula de salvaguarda aplica-se at&eacute; 2008</span>), muitos ainda n&atilde;o sentiram verdadeiramente estes aumentos. No entanto, com as reavalia&ccedil;&otilde;es ou transmiss&atilde;o do im&oacute;vel, tal n&atilde;o ir&aacute; acontecer pois estamos perante aumentos que s&atilde;o bastante significativos.</span></p> <p style="text-align: justify;">&nbsp;</p> 2007-01-16 Manuel Fernandes empresarializacao-gestao-e-profissionalismo-nas-juntas-de-freguesia “Empresarialização”: Gestão e Profissionalismo nas Juntas de Freguesia <p style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; line-height: 150%;">A actual discuss&atilde;o sobre as novas formas de gerir os dinheiros p&uacute;blicos, tem-se revelado bastante prof&iacute;cua. Nos &uacute;ltimos anos, temos assistido a medidas governamentais que v&atilde;o de encontro &agrave; &ldquo;empresarializa&ccedil;&atilde;o&rdquo; do nosso sector p&uacute;blico e que trazem para a pra&ccedil;a p&uacute;blica express&otilde;es como &ldquo;empresas municipais&rdquo;, &ldquo;privatiza&ccedil;&otilde;es&rdquo;, &ldquo;parcerias p&uacute;blico-privadas&rdquo;, &ldquo;entidades p&uacute;blicas empresariais&rdquo;, entre outras. Estes &ldquo;palavr&otilde;es&rdquo; surgem com um intuito inequ&iacute;voco de melhoria da gest&atilde;o da &ldquo;m&aacute;quina administrativa&rdquo; do Estado. No extenso universo de entidades da nossa Administra&ccedil;&atilde;o P&uacute;blica, v&aacute;rios foram os sectores confrontados com estes novos conceitos de gest&atilde;o e organiza&ccedil;&atilde;o (tais como a Sa&uacute;de, a Educa&ccedil;&atilde;o ou a Justi&ccedil;a). Se os resultados da&iacute; decorrentes foram positivos ou n&atilde;o, se os servi&ccedil;os atingiram os n&iacute;veis de efic&aacute;cia e efici&ecirc;ncia previstos ou se a optimiza&ccedil;&atilde;o dos recursos foi um facto consumado, s&atilde;o temas que n&atilde;o vou aqui explorar, muito embora considere essa discuss&atilde;o essencial, at&eacute; mesmo para averiguar o respectivo impacto destas mudan&ccedil;as na despesa p&uacute;blica. </span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; line-height: 150%;">Na verdade, proponho-me a aflorar um dos sectores da Administra&ccedil;&atilde;o P&uacute;blica que se apresenta mais pr&oacute;ximo dos cidad&atilde;os e que carece de aten&ccedil;&atilde;o redobrada face &agrave; import&acirc;ncia que assume nos dias que correm. Falo-vos das Juntas de Freguesia, que sendo entidades p&uacute;blicas que gerem recursos p&uacute;blicos e que servem os cidad&atilde;os (tal como qualquer outra institui&ccedil;&atilde;o p&uacute;blica), necessitam do contacto com novas formas de gest&atilde;o acompanhando as exig&ecirc;ncias actuais e adoptando as novas tecnologias da comunica&ccedil;&atilde;o e informa&ccedil;&atilde;o. Assim, a &ldquo;empresarializa&ccedil;&atilde;o&rdquo; das Juntas de Freguesia torna-se necess&aacute;ria, tal como em qualquer outro organismo p&uacute;blico. Mas ser&aacute; este conceito t&atilde;o delicado e complexo de implementar numa estrutura tendencialmente tradicional e sempre limitada pelos or&ccedil;amentos que lhe est&atilde;o destinados?</span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; line-height: 150%;">Antes de mais, quando falamos de &ldquo;empresarializa&ccedil;&atilde;o&rdquo; e na necessidade de implementar novas formas de gest&atilde;o mais eficientes com base nas novas tecnologias e boas pr&aacute;ticas, n&atilde;o significa o recurso &agrave; privatiza&ccedil;&atilde;o dos servi&ccedil;os ou &agrave; ced&ecirc;ncia a parcerias com entidades privadas. &Eacute; perfeitamente poss&iacute;vel, melhorar a qualidade dos servi&ccedil;os de uma Junta de Freguesia com boas pr&aacute;ticas de gest&atilde;o, rigor nas suas contas, recurso &agrave;s tecnologias de informa&ccedil;&atilde;o e comunica&ccedil;&atilde;o, servindo igualmente o cidad&atilde;o e n&atilde;o um &ldquo;cliente&rdquo;. Podemos encontrar bons exemplos, ainda que escassos, no panorama nacional. Conv&eacute;m relembrar que estamos a falar de um universo de mais de 3000 freguesias por todo pa&iacute;s que assume o primeiro contacto que os cidad&atilde;os t&ecirc;m com a Administra&ccedil;&atilde;o P&uacute;blica e, consequentemente, a satisfa&ccedil;&atilde;o de algumas das suas principais necessidades. &ldquo;Empresarializar&rdquo; deve significar gerir uma entidade numa &oacute;ptica mais profissional, tendo em conta a melhor gest&atilde;o dos (escassos) recursos, a optimiza&ccedil;&atilde;o dos processos, a maior efic&aacute;cia e efici&ecirc;ncia na presta&ccedil;&atilde;o dos servi&ccedil;os, o controlo de custos, a avalia&ccedil;&atilde;o do desempenho dos recursos humanos a partir do estabelecimento de metas e objectivos ou ainda, a gest&atilde;o minuciosa do patrim&oacute;nio.</span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; line-height: 150%;">Para melhorar a qualidade dos in&uacute;meros servi&ccedil;os prestados por estas entidades e a gest&atilde;o das pr&oacute;prias institui&ccedil;&otilde;es, n&atilde;o precisamos obrigatoriamente de reformas estruturais na Administra&ccedil;&atilde;o Local nem mesmo de investimentos avultados na sua implementa&ccedil;&atilde;o ou na aquisi&ccedil;&atilde;o de equipamento, embora n&atilde;o devamos ignorar a car&ecirc;ncia de infra-estruturas e outros meios que lhes est&atilde;o subjacentes. A t&iacute;tulo de exemplo, conv&eacute;m verificar que em causa poder&aacute; estar o implementar de algumas medidas numa &oacute;ptica empresarial, que permitam melhorar o desempenho destas institui&ccedil;&otilde;es:</span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; line-height: 150%;">- Na rela&ccedil;&atilde;o da Junta de Freguesia com mercado de bens e servi&ccedil;os, deve-se privilegiar a rela&ccedil;&atilde;o pre&ccedil;o-qualidade na aquisi&ccedil;&atilde;o desses bens e servi&ccedil;os, pedindo or&ccedil;amentos e procurando as melhores empresas no mercado (n&atilde;o esquecendo o recurso ao outsourcing, ou seja, &agrave; sub-contrata&ccedil;&atilde;o de servi&ccedil;os sempre que se revele mais vantajoso);</span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; line-height: 150%;">- Utiliza&ccedil;&atilde;o das Tecnologias de Informa&ccedil;&atilde;o e Comunica&ccedil;&atilde;o na gest&atilde;o interna atrav&eacute;s de bases de dados aplicadas aos eleitores, Associa&ccedil;&otilde;es Locais, Patrim&oacute;nio da Junta, actividades, contactos institucionais e empresariais, agendas informatizadas em rede como o Outlook, utiliza&ccedil;&atilde;o de p&aacute;gina electr&oacute;nica e e-mail na comunica&ccedil;&atilde;o com habitantes, programas de gest&atilde;o dos documentos e processos, relat&oacute;rios de actividade com recurso a gr&aacute;ficos, etc;</span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; line-height: 150%;">- Forma&ccedil;&atilde;o espec&iacute;fica para o executivo e/ou funcion&aacute;rios; </span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; line-height: 150%;">- Gest&atilde;o de pessoal com avalia&ccedil;&otilde;es de desempenho, defini&ccedil;&atilde;o de metas e objectivos, divis&atilde;o org&acirc;nica de tarefas e delega&ccedil;&atilde;o de compet&ecirc;ncias em fun&ccedil;&atilde;o das habilita&ccedil;&otilde;es/forma&ccedil;&atilde;o, capacidades t&eacute;cnicas ou compet&ecirc;ncias profissionais; e,</span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; line-height: 150%;">- Gest&atilde;o de patrim&oacute;nio com elabora&ccedil;&atilde;o correcta do invent&aacute;rio segundo o CIBE, utilizando bases de dados adequadas. </span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; line-height: 150%;">Aqui ficam algumas sugest&otilde;es numa fase do ano particularmente importante para as Juntas de Freguesia, dado ser nesta altura que as Assembleias de Freguesia se re&uacute;nem para aprova&ccedil;&atilde;o dos respectivos or&ccedil;amentos e dos Planos Plurianuais de Investimento. Definidas as receitas e despesas para 2007, as principias obras e actividades a desenvolver, este &eacute; o &ldquo;timing&rdquo; certo para implementar novas pr&aacute;ticas de gest&atilde;o que permitam cumprir as regras essenciais do equil&iacute;brio or&ccedil;amental e da execu&ccedil;&atilde;o or&ccedil;amental.</span></p> 2007-01-02 André Costa inovacao-em-portugal Inovação em Portugal <p style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; line-height: 150%;">O primeiro-ministro Jos&eacute; S&oacute;crates tem pautado o seu mandato com a ideia que concebeu de um plano tecnol&oacute;gico inspirado no modelo finland&ecirc;s. De facto, &eacute; pertinente relan&ccedil;ar o debate sobre inova&ccedil;&atilde;o em Portugal. </span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; line-height: 150%;">A inova&ccedil;&atilde;o &eacute; c&iacute;clica e parece estar de novo na moda. V&aacute;rios gurus de gest&atilde;o escreveram livros e artigos sobre o tema. O &uacute;ltimo artigo de <i>Gary Hamel</i> publicado pela &ldquo;<i>Harvard Business Review&rdquo; </i>sobre gest&atilde;o da inova&ccedil;&atilde;o &eacute; um bom exemplo de que a inova&ccedil;&atilde;o &eacute; uma vez mais, um tema popular. </span><span style="font-size: 10pt; line-height: 150%;">De entre os t&iacute;tulos </span><span style="font-size: 10pt; line-height: 150%;">mais</span><span style="font-size: 10pt; line-height: 150%;">recentes,</span><span style="font-size: 10pt; line-height: 150%;">encontram</span><span style="font-size: 10pt; line-height: 150%;">-se: <i>&ldquo;The Ten Faces of Innovation: IDEO's Strategies for Defeating the Devil's Advocate and Driving Creativity Throughout Your Organization&rdquo; </i>de<i> Thomas Kelley </i>e<i> Jonathan Littman</i> e<i> &ldquo;The Art of Innovation: Lessons in Creativity from IDEO, America's Leading Design Firm&rdquo; </i>de<i> Tom Kelley, et al.</i></span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; line-height: 150%;">Treze anos ap&oacute;s a divulga&ccedil;&atilde;o do estudo de Porter sobre a competitividade da economia portuguesa, o qual teve grande impacto na altura n&atilde;o s&oacute; pelos resultados obtidos como tamb&eacute;m pela fortuna paga pelo estudo, pouco ou nada foi feito. Embora muitas das recomenda&ccedil;&otilde;es de Porter nunca tenham sido implementadas, ainda hoje se apresentam v&aacute;lidas num pa&iacute;s como Portugal em que os casos de inova&ccedil;&atilde;o escasseiam. </span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; line-height: 150%;">A inova&ccedil;&atilde;o &eacute; especialmente cr&iacute;tica em grandes empresas onde o processo de inova&ccedil;&atilde;o &eacute; mais dif&iacute;cil. O que verificamos &eacute; que a inova&ccedil;&atilde;o em Portugal acontece, tal como em muitos outros pa&iacute;ses, nas designadas <i>startups.</i> Nesse sentido, &eacute; cr&iacute;tico o elo de liga&ccedil;&atilde;o entre centros de investiga&ccedil;&atilde;o e desenvolvimento e as pequenas e m&eacute;dias empresas que n&atilde;o t&ecirc;m capacidade de ter investiga&ccedil;&atilde;o pr&oacute;pria. Importa refor&ccedil;ar o elo que deveria ligar universidades e empresas no desenvolvimento de <i>clusters</i> regionais com capacidade para competir a n&iacute;vel europeu e num mercado cada vez mais global.</span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; line-height: 150%;">A inova&ccedil;&atilde;o pode ser feita a v&aacute;rios n&iacute;veis, veja-se o exemplo do <i>Apple IPOD</i>, que embora n&atilde;o seja o primeiro a entrar no mercado dos MP3 det&eacute;m cerca de 70% de quota de mercado - resultado do seu design inovador e da integra&ccedil;&atilde;o com o sofwtare <i>iTunes</i>. Ou seja, com o <i>IPOD</i> a <i>Apple</i> n&atilde;o s&oacute; criou um novo mercado digital de m&uacute;sica como introduziu uma mudan&ccedil;a nos Factores Chave de Sucesso no mercado dos <i>MP3</i> <i>players</i>. </span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; line-height: 150%;">Mas a inova&ccedil;&atilde;o pode surgir noutros n&iacute;veis: ao n&iacute;vel do controlo de custos, ao n&iacute;vel log&iacute;stico, ao n&iacute;vel do desenvolvimento de produtos inovadores e novos mercados, etc. Com a competi&ccedil;&atilde;o crescente dos pa&iacute;ses asi&aacute;ticos (especialmente da China), temos de ser cada vez mais inovadores se queremos competir no mercado global.</span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; line-height: 150%;">Para inovar numa ind&uacute;stria, temos de provocar uma mudan&ccedil;a nos Factores Chave de Sucesso que regem essa ind&uacute;stria (<i>shif the key sucess factors</i>). Assim sendo, as empresas devem fazer uma an&aacute;lise estrat&eacute;gica em tr&ecirc;s perspectivas: na perspectiva da ind&uacute;stria, na perspectiva dos recursos e na perspectiva das estruturas de decis&atilde;o. Uma estrat&eacute;gia integrada requer actua&ccedil;&atilde;o nas tr&ecirc;s &oacute;pticas. </span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; line-height: 150%;">A an&aacute;lise estrat&eacute;gica na perspectiva da ind&uacute;stria ir&aacute; revelar a posi&ccedil;&atilde;o da empresa na ind&uacute;stria e identificar as potenciais fontes de receita e inova&ccedil;&atilde;o que caracterizam determinada ind&uacute;stria ou mercado. Ser&atilde;o identificadas as assimetrias entre os diferentes segmentos da ind&uacute;stria e a posi&ccedil;&atilde;o competitiva da empresa na ind&uacute;stria e nos diferentes segmentos. A an&aacute;lise da envolvente externa &eacute; um elemento-chave para a avalia&ccedil;&atilde;o e tomada de decis&atilde;o estrat&eacute;gica.</span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; line-height: 150%;">A an&aacute;lise na perspectiva dos recursos tem como objectivo identificar os recursos e as potencialidades de inova&ccedil;&atilde;o da empresa. O objectivo ser&aacute; o de identificar quais s&atilde;o os recursos &uacute;nicos que a empresa possui que s&atilde;o dif&iacute;ceis de imitar pelos seus concorrentes e que s&atilde;o as fontes de receita da empresa. Dever&atilde;o ser identificadas as assimetrias entre os recursos e potencialidades da empresa. A an&aacute;lise da envolvente interna &eacute; um elemento-chave para a avalia&ccedil;&atilde;o e tomada de decis&atilde;o estrat&eacute;gica. </span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; line-height: 150%;">A an&aacute;lise na perspectiva das estruturas de decis&atilde;o, preocupa-se em identificar as caracter&iacute;sticas organizacionais do processo de tomada de decis&atilde;o da empresa e a influ&ecirc;ncia dos accionistas no processo de tomada de decis&otilde;es estrat&eacute;gicas. Dever&atilde;o ser identificadas as assimetrias entre as percep&ccedil;&otilde;es enviesadas e a realidade das estruturas de decis&atilde;o. A an&aacute;lise da influ&ecirc;ncia dos accionistas no processo de tomada de decis&atilde;o &eacute; um elemento-chave para a avalia&ccedil;&atilde;o e tomada de decis&atilde;o estrat&eacute;gica. </span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; line-height: 150%;">Este &uacute;ltimo aspecto &eacute; essencial pois as barreiras internas &agrave; inova&ccedil;&atilde;o derivam, na sua generalidade, de estruturas e processos de decis&atilde;o que n&atilde;o promovem a criatividade e o designado comportamento <i>&ldquo;out of the box&rdquo;</i>, resultando em organiza&ccedil;&otilde;es conservadoras e resistentes &agrave; inova&ccedil;&atilde;o e &agrave; mudan&ccedil;a.</span></p> <p style="text-align: justify;">&nbsp;</p> 2006-12-05 António Fernandes qualificar-o-empreendedorismo Qualificar o empreendedorismo <p style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; line-height: 150%;">Para se ser empreendedor, j&aacute; n&atilde;o chega ter boas ideias e esp&iacute;rito volunt&aacute;rio. Nos dias que correm, &eacute; vital que quem se lance na cria&ccedil;&atilde;o/gest&atilde;o de um neg&oacute;cio tenha qualifica&ccedil;&otilde;es suficientes para enfrentar desafios decorrentes da transi&ccedil;&atilde;o de uma Sociedade Industrial para uma Sociedade da Informa&ccedil;&atilde;o e do Conhecimento.</span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; line-height: 150%;">Em Portugal, o empres&aacute;rio ainda &eacute; v&iacute;tima de v&aacute;rios estigmas sociais, registando-se uma forte penaliza&ccedil;&atilde;o social para os que falham nos neg&oacute;cios (como se isso fosse sin&oacute;nimo de incapacidade ou incompet&ecirc;ncia). Tudo isto gera uma cultura avessa ao risco empresarial que o Estado portugu&ecirc;s tem dificuldades em contrariar. A expans&atilde;o do Empreendedorismo Qualificado tem de ser conseguida atrav&eacute;s de pol&iacute;ticas macroecon&oacute;micas que favore&ccedil;am o investimento e o desenvolvimento empresarial, mas tamb&eacute;m por interm&eacute;dio de uma melhor organiza&ccedil;&atilde;o do nosso sistema educativo. O actual modelo pouco estimula a capacidade de iniciativa, n&atilde;o valoriza suficientemente uma &ldquo;cultura de risco&rdquo; e ainda se encontra muito distanciado da realidade do pa&iacute;s e das regi&otilde;es. </span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; line-height: 150%;">As defici&ecirc;ncias do sistema portugu&ecirc;s de ensino est&atilde;o a condicionar a nossa competitividade econ&oacute;mica &agrave; escala mundial. Diversos estudos (consultar o <i>Discussion Paper</i> denominado &ldquo;Contributos do Investimento em Educa&ccedil;&atilde;o para a Varia&ccedil;&atilde;o do Produto Interno Bruto&rdquo;, editado este ano pela consultora Edit Value e dispon&iacute;vel em www.editvalue.com) provam que o crescimento econ&oacute;mico de um pa&iacute;s est&aacute; associado ao grau de investimento destinado &agrave; Educa&ccedil;&atilde;o. O grau de empreendedorismo dos seus cidad&atilde;os &eacute; tamb&eacute;m essencial, dado que um empreendedor &eacute; aquele que &eacute; capaz de conhecer e p&ocirc;r em pr&aacute;tica ideias inovadoras, atrav&eacute;s da detec&ccedil;&atilde;o e aproveitamento econ&oacute;mico de oportunidades.</span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; line-height: 150%;">Por&eacute;m, os empreendedores necessitam de compet&ecirc;ncias t&eacute;cnicas e intelectuais para operarem num mercado t&atilde;o global. Isto implica: capacidade de inova&ccedil;&atilde;o; dom&iacute;nio das novas Tecnologias da Informa&ccedil;&atilde;o e da Comunica&ccedil;&atilde;o; conhecimentos t&eacute;cnicos de Gest&atilde;o e Administra&ccedil;&atilde;o; bons conhecimentos de l&iacute;nguas universais; compet&ecirc;ncias ao n&iacute;vel da Investiga&ccedil;&atilde;o &amp; Desenvolvimento; e, consci&ecirc;ncia das responsabilidades sociais e ambientais associadas a qualquer actividade empresarial. N&atilde;o foi por acaso que a Estrat&eacute;gia de Lisboa veio recomendar aos Estados-membros da Uni&atilde;o Europeia que reforcem a &ldquo;educa&ccedil;&atilde;o e forma&ccedil;&atilde;o em empreendedorismo&rdquo;, enquanto o Plano Tecnol&oacute;gico do governo portugu&ecirc;s se prop&otilde;e fomentar o denominado Empreendedorismo Qualificado.</span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; line-height: 150%;">Sendo assim, os portugueses n&atilde;o se podem dissociar da import&acirc;ncia das qualifica&ccedil;&otilde;es para a competitividade econ&oacute;mica. Segundo um relat&oacute;rio da OCDE, Portugal &eacute; dos pa&iacute;ses que menos investe em Educa&ccedil;&atilde;o. O sector educativo absorve apenas 12,6% do investimento p&uacute;blico total, quando a m&eacute;dia na OCDE &eacute; de 12,9%. Entre os 30 pa&iacute;ses da OCDE, Portugal &eacute; o pa&iacute;s onde a popula&ccedil;&atilde;o com idades entre os 25 e os 34 anos possui uma menor frequ&ecirc;ncia escolar.</span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; line-height: 150%;">A situa&ccedil;&atilde;o portuguesa actual exige um crescimento econ&oacute;mico mais acelerado e o mais qualificado poss&iacute;vel. Paralelamente, s&atilde;o necess&aacute;rios mais empregos e maior sustentabilidade, o que significa: investimento, inova&ccedil;&atilde;o e internacionaliza&ccedil;&atilde;o suportados por uma capacidade de valoriza&ccedil;&atilde;o econ&oacute;mica do conhecimento. Ser&aacute; necess&aacute;ria uma din&acirc;mica de empreendedorismo e cria&ccedil;&atilde;o de empresas (sobretudo de base tecnol&oacute;gica), que permita rejuvenescer a estrutura empresarial e qualificar o crescimento da economia. </span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; line-height: 150%;">Minimizar as dificuldades com que se defrontam as empresas face aos desafios da competitividade num mundo cada vez mais global, criando um ambiente estimulante ao Empreendedorismo Qualificado, assumem-se como necessidades priorit&aacute;rias. Na verdade, &eacute; fundamental desenvolver mais val&ecirc;ncias nesta &aacute;rea, n&atilde;o s&oacute; pela import&acirc;ncia que o Governo atribui &agrave; inova&ccedil;&atilde;o, ao conhecimento e ao crescimento, mas tamb&eacute;m pelo facto do pr&oacute;ximo Quadro Comunit&aacute;rio de Apoio (2007-2013) focalizar-se na competitividade, nas qualifica&ccedil;&otilde;es e na inova&ccedil;&atilde;o. </span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; line-height: 150%;">Em &uacute;ltima an&aacute;lise, o Empreendedorismo Qualificado &eacute; uma das sa&iacute;das profissionais que melhor pode garantir um futuro promissor, sendo necess&aacute;rio readquirir novas compet&ecirc;ncias e qualifica&ccedil;&otilde;es ao longo de toda a vida. Facilmente se percebe que a cria&ccedil;&atilde;o e o apoio a novos projectos empresariais com car&aacute;cter inovador e de forte valor acrescentado contribuem de forma decisiva para o desenvolvimento do tecido empresarial, com consequ&ecirc;ncias muito ben&eacute;ficas para a economia da regi&atilde;o e do pa&iacute;s. &Eacute; quando aplicada na pr&aacute;tica que a compet&ecirc;ncia ganha capacidade para gerar valor ou riqueza. Importa por isso apoiar a transforma&ccedil;&atilde;o de boas ideias em projectos de cariz empresarial. </span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; line-height: 150%;">A terminar, n&atilde;o resisto a considerar que a aposta na promo&ccedil;&atilde;o do Empreendedorismo Qualificado j&aacute; n&atilde;o &eacute; estrat&eacute;gica mas sim obrigat&oacute;ria. Temos de avan&ccedil;ar urgentemente com projectos que assumam a divulga&ccedil;&atilde;o cient&iacute;fica e tecnol&oacute;gica, atrav&eacute;s de uma articula&ccedil;&atilde;o sustentada entre uma filosofia empreendedora e o car&aacute;cter educativo-formativo. Numa economia globalizada e com elevados n&iacute;veis de incerteza, a tarefa de levar a bom termo um novo projecto empresarial pressup&otilde;e uma valoriza&ccedil;&atilde;o do conhecimento acad&eacute;mico e cient&iacute;fico associada &agrave; utiliza&ccedil;&atilde;o e aplica&ccedil;&atilde;o das melhores &ldquo;boas pr&aacute;ticas&rdquo; e das mais avan&ccedil;adas metodologias de gest&atilde;o empresarial.</span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; line-height: 150%;">Por tudo isto, a constru&ccedil;&atilde;o da Sociedade do Conhecimento pode mesmo ser o &uacute;nico caminho para a mudan&ccedil;a e para o desenvolvimento. Espero que este texto seja um contributo para despertar a consci&ecirc;ncia do colectivo.</span></p> <p style="text-align: justify;">&nbsp;</p> 2006-11-14 Nuno Pinto Bastos